Descaso e falta de consciência resultam em epidemia de dengue
Apesar avanço da dengue, a população ainda não se conscientizou do risco e da gravidade da doença e da necessidade de evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Aliado a isso, o total descaso da Prefeitura de Marília em fiscalizar e limpar áreas públicas, tem como resultado a pior epidemia da história da cidade.
Três mortes já foram contabilizadas, inclusive a de um menino de 14 anos que faleceu ontem (17). Um flagrante feito pelo leitor Marcelo Alves mostra a falta de conscientização de algumas pessoas “Na Avenida Francisco da Costa Pimentel aqui no Nova Marília, eis que surge este absurdo: pneus de trator deixados na área pública, sendo potencial criadouro do mosquito”, disse Marcelo.
Com a chuva que cai sobre a cidade desde a última semana, o local é realmente um lugar perfeito para a proliferação das larvas do mosquito.
OUTRO LADO
Apesar de algumas pessoas não colaborarem, exemplos da ineficácia e descaso da Prefeitura de Marília estão por toda a cidade. O poder público que deveria dar o exemplo, abandona áreas verdes onde há locais ideais para proliferação do Aedes Aegypti.
O leitor Juarez Mota flagra justamente o outro lado da epidemia, que mostra a contribuição da administração municipal para o estado de emergência que vive a cidade. O vídeo gravado por Mota, mostra dois terrenos, um de frente para o outro: o de propriedade particular limpo e o da Prefeitura sem corte e abandonado.
No bairro Santa Antonieta, outra situação em que a responsabilidade também é da Prefeitura e se repete em vários bairros de Marília. O vazamento de um duto provoca o acúmulo de água em terrenos e buracos nas vias públicas próximas, ou seja, mais criadouros da dengue.
POPULAÇÃO CONSCIENTE
Há também parte da população que foge dos dois modelos: está consciente dos riscos e não fica sentada esperando uma reação do prefeito Vinicius Camarinha.
Moradores do Jardim Flamingo, zona oeste da cidade, deram um ótimo exemplo neste último final de semana. Eles realizaram um mutirão de limpeza pelo bairro. Em poucas horas recolheram o lixo deixado por outras pessoas (o que deveria ser função do poder público).
A prefeitura chegou no ponto de montar tendas do lado de fora das unidades de saúde, mas apesar da iniciativa, a população está reclamando da demora.
A unidade exclusiva de hidratação e combate à dengue, na Avenida 9 de Julho, permaneceu aberta no feriado e pelo menos 150 pessoas foram atendidas por dia.
A prefeitura busca ainda alternativas para frear a procriação do mosquito transmissor da dengue. Eliminar o inseto pode custar caro aos cofres públicos porque a administração contratou uma empresa para nebulizar, eliminar e recolher os criadouros por R$ 1,2 milhão.