Delegacia de Defesa da Mulher tenta evitar feminicídio em 2019
Com dois casos de feminicídios registrados em dois anos, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília aposta na prisão em flagrante de agressores após descumprimento de medidas protetivas de urgência, para garantir segurança às mulheres vítimas de violência na cidade.
Uma mulher foi morta a cada ano em 2017 e 2018. A auxiliar de produção Lubia Charlene Freitas, de 28 anos, foi a primeira vítima assassinada neste período. Ela foi morta com um tiro na cabeça efetuado pelo marido, o agente de apoio da Fundação Casa, William Pretti, em crime ocorrido no dia 23 de fevereiro de 2017.
A segunda morte ocorreu no dia 10 de janeiro de 2018, a professora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos, foi brutalmente assassinada a facadas por Jeferson Carlos da Silva, de 28 anos, dentro de seu apartamento no bairro Palmital. A Polícia Civil conseguiu prender os dois agressores.
Os crimes contra Lubia e Elisabete chocaram Marília e tiveram repercussão nacional. Os assassinatos criaram um forte sentimento de comoção entre as mulheres nas redes sociais em reivindicação ao enrijecimento das leis contra os agressores.
Após a morte de Elisabete, um ato com centenas de pessoas foi realizado na Rua Nove de Julho no dia 17 de janeiro.
Mesmo com altos índices de violência contra a mulher, a cidade tem apresentado uma redução significativa de vítimas de feminicído.
Para a delegada titular da DDM de Marília, Viviane Sponchiado, a diminuição de casos é resultado de uma política repressiva da polícia no atendimento das ocorrências.
“As vítimas estão denunciando mais. As mulheres procuram ajuda já na primeira agressão e isso faz com que os agressores percebam que seus atos têm consequências. A polícia tem sido bem repressiva nos casos de descumprimentos de medidas protetivas”, explicou.
O endurecimento da lei Maria da Penha, ocorrido em 2018, foi uma das mudanças que contribuiu para a redução do índice de feminicídio. A lei brasileira estabelece que os agressores que descumpram medidas protetivas de urgência sejam presos em flagrante pela polícia.
“Sempre que tem descumprimento, a polícia age no primeiro momento. Isso faz com que os agressores entendam que a lei é eficiente. Após o descumprimento ser criminalizado, o agressor já pode ser preso em flagrante”, finalizou a delegada.