Primeiras TVs 8K chegarão ao Brasil em abril
As primeiras TVs com resolução 8K vêm aí. A partir de abril, a Samsung trará ao Brasil sua linha QLED TV 8K. Assim como os integrantes da família 4K, a tecnologia usada no display é baseada em uma película de pontos quânticos, o que permite a oferta de mais brilho (até 4 mil nits, enquanto telas LCD/LED padrão têm menos de 1 mil), melhor contraste e fidelidade de cores.
De acordo com Gustavo Assunção, vice-presidente da divisão de consumer electronics na Samsung Brasil, o lançamento ainda no primeiro semestre de 2019 visa oferecer os melhores produtos da marca o mais rápido possível aos brasileiros, ao mesmo tempo em que reforça o pioneirismo da empresa no país. Todos os televisores 8K terão fabricação local, na fábrica de Manaus. Os tamanhos de telas serão de 65, 75, 85 e 98 polegadas.
LG e Sony já possuem modelos com resolução 8K, mas ainda não têm previsão de lançamento no Brasil. As empresas demonstraram seus novos televisores na CES 2019. Enquanto LG e Sony apostam na tecnologia OLED, assim como fizeram com o 4K, Samsung e TCL utilizam o QLED, ou pontos quânticos.
No começo do segundo semestre, a TCL trará seu primeiro modelo 8K, que vem com uma soundbar integrada. Ainda em fevereiro, a empresa terá unidades de demonstração no mercado brasileiro.
O diferencial das TVs 8K é a quantidade de pixels que elas oferecem. São 33,1 milhões de pixels, contra 8,3 milhões da resolução 4K, ou seja, cerca de quatro vezes mais. “A resolução 8K faz sentido especialmente quando falamos de telas grandes, com 65 polegadas ou mais. Conforme cresce o display, menor fica a relação de pixels por polegada. O 8K supre essa necessidade de resolução”, afirmou Guilherme Campos, gerente de TV da Samsung Brasil. Ele acrescenta que diminuir o tamanho da tela de TVs 8K, tecnologia que ainda está em seus primeiros dias, é um desafio. Enquanto as rivais apostam modelos com 75 polegadas ou mais, a Samsung tem um modelo comercial para este ano que tem 65 polegadas.
A Samsung aposta em um ecossistema de produtos domésticos conectados–TV que se comunica com celular, ar condicionado e até máquina de lavar–, já LG e TCL buscam facilitar a vida dos consumidores com recursos de inteligência artificial, que permitem realizar interações usando a voz ou realizar pesquisas de filmes, séries e programas de TVs nos aplicativos integrados à televisão.
Faz diferença tanta resolução?
De acordo com o professor de neurociência Daeyeol Lee, da Universidade de Seul, sim, quanto mais resolução de imagem, melhor é a apreciação de filmes, séries ou programas de TV.
Os principais pontos de melhoria do 8K em relação às demais resoluções de tela disponíveis são a redução de ruído de imagem (distorção, padrões e descontinuidades temporais); diminuição da perda de informações (percepção precisa dos objetos e de profundidade); e a amplitude de visão periférica, que ajuda na apresentação e na retenção de cenas nos olhos e cérebro humanos.
Por trás das lentes
Além do problema de oferecer uma velocidade de internet alta o suficiente para viabilizar a resolução 8K, é preciso, antes de mais nada, que conteúdos em tal resolução estejam disponíveis. Hoje, serviços de streaming como Netflix e Amazon Prime Video oferece, no máximo, filmes e séries em 4K. O YouTube, por outro lado, já conta com uma série de conteúdos em 8K. Em uma pesquisa na plataforma de vídeos do Google, é possível encontrar, em janeiro de 2019, ao menos uma centena de conteúdos filmados em 8K, resolução para a qual o YouTube já tem suporte.
A consultoria IHS Markit prevê que o mercado de TVs 8K chegará a 430 mil unidades em 2019 e a 2 milhões em 2020. Os modelos mais populares terão mais de 60 polegadas e os de 65 representarão metade de todo o volume de vendas. Com a adoção de câmeras 8K por cineastas, como a linha DSMC2, da RED, o conteúdo em mais de 33 milhões de pixels só tende a aumentar.
Fonte: Exame