Sem OSS, gestão do AME Marília será diferente da maioria
Dos cerca de 60 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) existentes no Estado de São Paulo, foram feitas chamadas públicas para gestão por Organizações Sociais de Saúde (OSSs) em mais de 40 deles. Marília fará parte da minoria com gestão diferenciada.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, quem vai ficar “responsável pela gestão, obra e operação do serviço” é a Faculdade de Medicina de Marília (Famema).
Entre os AMEs que tiveram chamamento público para convênio de gestão com OSSs estão o de Assis, Ourinhos, Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto, Promissão, Jales, Penápolis, o geral e o cirúrgico de Barretos, Itu, Santo André, São Bernardo, Santos, São José dos Campos, entre outros.
Em Marília existem duas OSSs, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Beneficente Unimar (HBU). Atualmente a Santa Casa já é responsável pelo AME São Carlos (distante 271 quilômetros de Marília), onde o trabalho é elogiado por população e autoridades.
O HBU, enquanto OSS, apesar de não ter convênio de gestão firmado com o Estado, é responsável por serviços municipais oferecidos no Pronto Atendimento da zona Sul de Marília e também na UPA da zona Norte.
Caso o governador Márcio França tivesse optado por abrir o chamamento público, as OSSs do município poderiam participar da licitação, assim como organizações de outras cidades. Venceria quem demonstrasse maior capacidade técnica.
O governo do Estado não deu explicações sobre quais critérios são adotados para definir a forma de gestão dos AMEs, apenas disse que “está em andamento o projeto de implantação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Marília”.
“Atualmente, técnicos da pasta estão trabalhando junto aos órgãos envolvidos para a definição das questões estruturais e assistenciais da unidade”, diz nota da pasta enviada ao Marília Notícia.
Números expressivos para gestão
A unidade deve ser instalada no antigo postão”, onde funcionava o NGA (Núcleo de Gestão Assistencial), na avenida Santo Antônio.
O AME de Marília contará com 17 a 20 consultórios, mais de 20 especialidades médicas, cinco salas cirúrgicas, exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, raio-x, entre outros.
Também contará com atendimento em oftalmologia, serviços de endoscopia e colonoscopia. Além disso, unidade deve oferecer 400 vagas de emprego e orçamento de quase R$ 5 milhões/mês ao município. Ou seja, R$ 60 milhões por ano.
Organizações Sociais da Saúde
A OSSs são instituições do setor privado, sem fins lucrativos, que atuam em parceria formal com o Estado e colaboram de forma complementar, para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os serviços de saúde gerenciados por OSS em São Paulo, através de contrato de gestão, incluem Hospitais, Ambulatórios Médicos de Especialidade (AME), Centro de Referência do Idoso (CRI), Centros de Reabilitação da Rede Lucy Montoro, Centros Estaduais de Análises Clínicas (CEAC).
Também estão entre as parcerias a gestão de Serviços de Diagnóstico por Imagem (SEDI), Centro de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde (CEADIS) e Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS).