No Jornal Nacional, alianças com Centrão e Aécio constrangem Alckmin
Na terceira entrevista do “Jornal Nacional” com os presidenciáveis nas eleições 2018, o ex-governador Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, foi questionado sobre a tolerância do partido com tucanos envolvidos em casos de corrupção e confrontado com as alianças que a sigla fez para chegar ao Palácio do Planalto.
O tucano, que é presidente nacional do PSDB, foi pressionado pelos apresentadores a responder por que não tomou medidas no âmbito partidário contra o senador Aécio Neves (MG), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça no caso da delação da J&F, e o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, preso pelos crimes de peculato (apropriação indevida de bem) e lavagem de dinheiro no caso do mensalão mineiro.
“Aécio não foi condenado. Ele está sendo investigado. Vai responder para a Justiça. Não passamos a mão na cabeça de ninguém. Azeredo já está afastado da política há muito tempo. Vai sair do PSDB. Não precisa nem expulsar”, disse o presidenciável.
O âncora William Bonner insistiu no tema e Alckmin respondeu com uma indireta aos petistas que protestam contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. “Nós não vamos na porta da penitenciária para contestar justiça. Não transformamos réu em vítima.”
Os âncoras também questionaram duramente as alianças de Alckmin na campanha e citaram o exemplo do acordo com Fernando Collor (PTC) em Alagoas para constrangê-lo.
O ex-presidente, que sofreu um processo de impeachment em 1992, é candidato ao governo alagoano com apoio do PSDB. “O PTC não me apoia. Ele apoia outro candidato. Não está na minha coligação”, respondeu.
Em outro momento, a jornalista Renata Vasconcellos corrigiu a informação e explicou que os tucanos apoiam Collor em Alagoas. William Bonner, por sua vez, citou o ditado popular “Diga com quem andas, e lhe direi quem é” e lembrou que os aliados do “Centrão’ somam 41 investigados na Lava Jato.
Alckmin então repetiu mais uma vez o mantra de que vai governar “com os melhores quadros de todos os partidos” e afirmou que a coligação é importante “porque o Brasil tem pressa” para aprovar reformas.
O ex-governador defendeu o ex-diretor presidente da Dersa, Laurence Casagrande, que foi preso por suposto superfaturamento nas obras do Rodoanel, e afirmou que seu ex-auxiliar foi “injustiçado”.
Ao ser perguntado sobre a expansão da facção criminosa paulista PCC de dentro do presídio durante seu mandato, Alckmin respondeu com um bordão: “Cana dura. São Paulo prende.”