Negociação entre PDT e PSB inclui futura fusão
As articulações entre PSB e PDT para uma aliança na disputa presidencial incluem a discussão sobre uma eventual fusão entre as duas siglas em 2019.
“Tem conversas sobre isso com o PSB. Muitos têm esse desejo”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do PDT, Carlos Lupi. A ideia surgiu como uma forma de fortalecer a base parlamentar de Ciro Gomes em caso de vitória, mas também pode ser aplicada em caso de derrota.
Unidos, PSB e PDT podem superar com facilidade a cláusula de desempenho, conquistar espaços nas comissões da câmara, ampliar o tempo de TV no horário eleitoral gratuito e reforçar o caixa, com a soma dos recursos do Fundo Partidário.
“Uma eventual coligação é o começo de um caminho que vamos ter a partir do ano que vem. Naturalmente, a sopa de letrinhas que temos hoje vai diminuir. A gente não vai fazer isso só pela legislação, mas pela identificação ideológica no nosso campo”, afirmou o deputado federal Julio Delgado (PSB-MG).
Essa não é a primeira vez que o PSB fala em fusão. Em 2016, quando ainda estava na oposição ao governo Dilma Rousseff, a executiva da legenda fez tratativas com o PPS para uma união, mas a ideia não avançou.
A bancada do PSB na Câmara tem 28 deputados, enquanto a do PDT soma 19 parlamentares. “A gente espera uma redução do número de partidos na Câmara a partir do ano que vem devido à dificuldade da campanha esse ano. Os pequenos partidos têm pouco dinheiro. É factível que ocorram alianças e fusões a partir do ano que vem”, avalia o cientista político Murillo Aragão, da Arko Advice.
Em 2013 o PPS também ensaiou uma fusão com o PMN. O novo partido já tinha até nome – Mobilização Democrática. A negociação, porém, esbarrou em diferenças de “visão de mundo”, como disse o presidente do PPS, Roberto Freire. O partido atualmente descarta se unir a outras legendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.