Filme sobre Edir Macedo estreia com recorde
Com quatro milhões de ingressos vendidos no período de pré-venda, Nada a Perder, novo longa de Alexandre Avancini, que retrata a história contada pelo bispo Edir Macedo na autobiografia homônima lançada em 2012, já é a maior estreia do cinema no País.
O filme ultrapassa Os Dez Mandamentos, outro trabalho de Avancini, que levava para a tela grande a novela homônima da TV Record. Na época, a adaptação da história bíblica vendeu 2,3 milhões de ingressos antes da sua estreia, em 2016. Durante o período em circuito, Os Dez Mandamentos se tornou a maior bilheteria da historia do cinema nacional, com um total de 11,3 milhões de ingressos vendidos.
Nada a Perder, além de ter uma estreia já maior, leva a vantagem de ter um alcance mais amplo que Os Dez Mandamentos. São 1.108 salas ao redor do País (um terço da quantidade disponível no Brasil) e um número pouco maior do que a estreia do filme derivado da emissora do Bispo, que estreou em 1.099 telas.
Em números absolutos, Os Dez Mandamentos ultrapassou Tropa de Elite 2 para se estabelecer no topo em 200 mil ingressos vendidos. A questão levantada, na época, apurada pelo Estado, era o relato de que sessões inteiras de Os Dez Mandamentos estavam vazias e que funcionários da Universal compravam os ingressos para distribuir aos frequentadores da igreja – e, também, a fim de estabelecer o novo recorde de bilheteria nacional.
Na época, a Igreja Universal negou tais possibilidades, assim como o faz agora. Em um comunicado à imprensa publicado no seu site, o texto acusa a “mídia” de “apelar” para as “fake news” – termo bastante em voga atualmente – para responder às questões sobre as salas esvaziadas, mesmo com ingressos esgotados, como ocorreu no filme anterior.
“O que existe é a mobilização espontânea de grupos e de membros da Universal, que se organizaram para que o maior número de pessoas tenha chance de assistir ao filme. Da mesma forma que os espíritas impulsionaram a audiência dos filmes Chico Xavier e Nosso Lar, bem como os católicos que lotaram sessões para acompanhar Aparecida – O Milagre. Mas, em uma pesquisa rápida, não encontramos registros deste fato como notícia”, diz o texto.
O texto, assinado pela UNIcom, nome do departamento de comunicação social e de relações institucionais da Universal tem tom agressivo em diversos pontos. “É claro que a Igreja Universal estimula seus adeptos a assistirem ao filme Nada a Perder”, diz. “Temos convicção de que, além da edificante história de vida do Bispo Edir Macedo – já contada na trilogia literária best seller que baseia o roteiro -, o longa-metragem é também a história da vida das pessoas que frequentam a Universal ”
E também se dirige diretamente aos jornalistas. “Talvez, alguns jornalistas imaginem que a Universal esteja proibida de recomendar filmes a seus fiéis. Pois chegaram tarde”, diz um trecho. Noutro, a imprensa é tratada como “rancorosa e preconceituosa”.
“Milhões de espectadores no Brasil e no mundo irão aos cinemas para ver o que a Palavra de Deus é capaz de produzir na vida das pessoas. E não há nada que a imprensa rancorosa e preconceituosa possa fazer contra isso.”
Em tempo, a compra de ingressos para grupos e fechar salas para exibições é uma prática comum entre as distribuidoras de cinema. E também não se questiona os números de venda de entradas e, sim, a presença do público nas salas de cinema. A Universal não trata do tema no comunicado.