Zema diz que homens brancos e héteros no Brasil são classificados como ‘carrascos’
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta terça (30) em Belo Horizonte que homem branco, heterossexual e bem-sucedido no Brasil é rotulado de “carrasco”.
A declaração foi dada durante lançamento de programa do governo para atendimento a mulheres que possam ser vítimas de violência e assédio sexual durante o Carnaval de 2024.
Em discurso, Zema citava o período em que comandava as empresas da família e a diversidade do quadro de funcionários do grupo.
“Tem negros, tem LGBT trabalhando e respeitados. É muito perigoso rotular. No Brasil a coisa mais comum que acontece é rotular. Se alguém é homem, é branco, é heterossexual e é bem-sucedido, pronto, rotulado de carrasco”, afirmou.
“Parece que não pode ser humano. Mas pode sim. Dá para ser humano. Qualquer rótulo é perigoso. Tem político honesto e desonesto, tem empresário honesto e desonesto”, acrescentou o governador.
Ao longo de seus dois mandatos – Zema foi reeleito em 2022 – o governador de Minas Gerais se transformou em um colecionador de gafes, frases, discursos e citações polêmicas.
Em julho de 2023, publicou nas redes sociais declaração atribuída ao ditador italiano Benito Mussolini sobre liberdade. “Fomos os primeiros a afirmar que, quanto mais complexa se torna a civilização, mais se deve restringir a liberdade do indivíduo”, postou.
Em seguida, após repercussão, o governador disse em nota que defende “liberdades individuais, incluindo o direito de ir e vir e o acesso à propriedade privada e às eleições livres, condições possibilitadas apenas pela democracia”.
Um mês antes, durante encontro de governadores das regiões sul e sudeste, Zema disse que nestes estados havia mais gente trabalhando do que recebendo auxílio emergencial.
A declaração provocou reação em outros estados. “Respeite o Nordeste! O governador Romeu Zema fez declarações xenofóbicas atacando o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil. Frases essas que me recuso a republicar e que só atestam o seu preconceito, despreparo e irresponsabilidade”, escreveu em rede social Humberto Costa (PT), senador de Pernambuco.
Em março do ano passado, durante entrevista a uma rádio de Divinópolis, região centro-oeste do estado, a gafe foi cultural. Ao receber da empresa um livro da poeta Adélia Prado, que é da cidade, perguntou se a escritora trabalhava na rádio.