‘Minha gestão será a que mais entregou casas em Pompeia’, diz Diogo Ceschim
O Marília Notícia iniciou sua série de entrevistas com os candidatos a prefeito de algumas cidades da região, começando com Diogo Ceschim (Podemos), que concorre à Prefeitura de Pompeia.
A entrevista terá perguntas semelhantes aos demais candidatos que concorrem ao posto do Executivo e aborda temas como educação, saúde, mobilidade urbana, habitação, assistência social, funcionalismo público, entre outros setores da administração pública.
Ceschim compartilhou suas propostas e planos para transformar a cidade, caso seja eleito. A seguir, os principais pontos abordados na entrevista:
MN: Conforme o Ranking de Eficiência dos Municípios 2024, apenas 50,59% das crianças de zero a três anos em Pompeia estão matriculadas em creches, o que significa que metade delas ainda não tem acesso a esse serviço. Como você pretende mudar essa realidade?
Diogo: Nosso plano de governo assumiu o compromisso com a primeira infância. E a educação infantil tem um papel fundamental nisso. Garantiremos creche para todas as crianças e famílias que buscarem o serviço, seja na rede municipal e, se necessário, realizarem convênios para o atendimento. E o compromisso é ter o atendimento na creche o ano inteiro, nos 12 meses do ano. Observo, porém, que o dado citado não significa falta de acesso à creche. O que ele informa é que metade das crianças de zero a três anos estão matriculadas em uma. Entre as que estão fora, boa parte diz respeito a uma decisão da família: o bebê fica em casa com um dos pais ou avós, por exemplo.
MN: Atualmente, Pompeia não realiza partos no município, apenas procedimentos de baixa e média complexidade. Quais são as suas propostas para restabelecer esse serviço, considerando a necessidade de infraestrutura e profissionais qualificados?
Diogo: Nos últimos cinco anos, tivemos em média 200 nascimentos por ano na população de Pompeia (levando em consideração o local do registro ou do domicílio da mãe). O detalhe é que esse número está caindo, ano a ano, seguindo as tendências demográficas nacionais. Para voltarmos a ter partos no município, precisamos garantir plantão de segunda a segunda, 24h por dia, de uma equipe médica que inclua, pelo menos, obstetra, anestesista e pediatra. Isso tem um custo que precisa ser avaliado de forma muito cuidadosa. Vamos considerar essa questão no planejamento que faremos na área da saúde, conversar com os dirigentes da Santa Casa (que é uma instituição fundamental nesse tema) e ouvir a população.
MN: Ainda segundo o Ranking, a dependência de transferências federais representa 80% da receita do município. Como você pretende atrair novos investimentos para Pompeia e, ao mesmo tempo, gerar mais oportunidades de renda para os moradores, considerando que essa é uma preocupação recorrente?
Diogo: Primeiro, é preciso esclarecer que essas transferências estaduais e federais estão atreladas aos tributos que são gerados no município, ou seja, estão relacionadas às atividades das empresas e à tributação sobre as pessoas físicas – e não à boa vontade de governos ou parlamentares amigos desta ou daquela pessoa. Quem gera riqueza são as empresas e os trabalhadores. Por isso, nossa missão será garantir um excelente ambiente de negócios na cidade para que nossas empresas, empreendedores e trabalhadores prosperem ainda mais. Mas não vai parar por aí: teremos uma área na Prefeitura dedicada exclusivamente à captação de emendas e verbas federais, estaduais e de organismo internacionais para impulsionar os investimentos na nossa gestão.
Acrescento que o prefeito não pode mais virar as costas para quem deseja empreender no município de Pompeia. Empresas indo embora da cidade por capricho político é um absurdo. Vamos destinar uma área para um novo Distrito Industrial, com lotes disponíveis para quem deseja montar sua empresa em nosso município.
MN: A via expressa que atravessa Pompeia tem impacto no trânsito urbano. Quais são seus planos para melhorar a mobilidade nessa área? Você pretende buscar apoio de outras esferas governamentais?
Diogo: Para o trânsito, precisamos pensar com uma mentalidade moderna e de sustentabilidade. Anunciaremos, logo nos primeiros dias de mandato, um plano de modernização das condições de fluxo do tráfego em Pompeia e incentivo à mobilidade urbana sustentável. O contrato com a empresa circular de Pompeia vai encerrar em abril de 2025. Vai ser responsabilidade do próximo prefeito exigir da nova empresa ônibus confortáveis, acessíveis e com tarifa justa.
Além disso, vamos ser firmes com a concessionária e os órgãos de controle do governo do Estado para garantir as medidas de manutenção e segurança da Via Expressa. Dessa forma, um compromisso que fazemos é com a solução definitiva da rotatória de acesso da rodovia SP-294 com o bairro Provence. Atualmente é uma via perigosa, e pretendemos dar total cobertura de infraestrutura no local.
MN: A falta de moradia é uma questão constante entre os moradores de Pompeia. Quais são as suas propostas para resolver esse problema e em qual fase do seu mandato você pretende implementar essas medidas, caso seja eleito?
Diogo: Realmente, é uma das coisas que mais temos ouvido das pessoas nessa campanha. Infelizmente, nos últimos anos foi um assunto usado de forma que criou falsas esperanças e deixou muita gente magoada. Eu sei que construir casas populares, acessíveis para quem precisa, não depende só do prefeito. E não vou brincar com o sonho das pessoas. O que me comprometo é que a moradia acessível em Pompeia será uma luta permanente do meu mandato. Temos excelentes contatos no Governo Federal, Governo Estadual e CDHU para o acesso aos programas de habitação. Queremos deixar como legado um novo bairro em Pompeia de casas populares, com infraestrutura, área de lazer e acessibilidade. Ainda deixar contratadas novas casas para serem concretizadas nos próximos anos.
Vou mobilizar todos os apoios e trabalhar duro para que a minha gestão entre para a história de Pompeia como a que mais entregou casas para a população.
MN: O pós-pandemia foi cruel para muitas famílias. Algumas inclusive ainda não conseguiram se recuperar das adversidades. O aumento do número de pessoas em situação de vulnerabilidade é uma realidade. Como trabalhar para promover uma recuperação digna?
Diogo: Segundo os dados compilados das ações de assistência no município, a situação é que um em cada quatro pompeenses recebe apoio de programas sociais para satisfazer necessidades básicas, como a alimentação, por exemplo. São situações específicas que a família precisa de atendimento. A administração municipal tem que ser sensível para quem mais precisa. Vamos trabalhar em duas frentes: primeiro, fortalecendo os programas e políticas sociais, como melhorar a qualidade da cesta básica, implantar a cesta básica específica para pessoas com diabetes e acamados, retornar a campanha do agasalho e manter a entrega dos edredons. Vamos cuidar dos mais vulneráveis. Em segundo lugar, vamos investir em qualificação profissional, em capacitação para o empreendedorismo e na primeira infância. Aliás, como apontam especialistas e grandes estudos internacionais, investir na primeira infância é a receita para superar o ciclo de reprodução intergeracional da pobreza.
MN: Dentro deste tema, quais as propostas estruturais? Pretende fazer a implantações de novos serviços, com instalações diferentes? Quais?
Diogo: A cidade precisa de ambientes seguros, estimulantes ao convívio social, à fruição da cultura, do esporte e do bom entretenimento. Um novo eixo de desenvolvimento urbano será conduzido com o planejamento de retirada da Via Expresa do centro da cidade. O plano de expansão urbana seguirá o sentido dos bairros Mil Alqueires, Aurora, Cruzinha (rural) e Vila de Paulópolis. Um novo distrito industrial será planejado nesse eixo de desenvolvimento.
As nossas lagoas de tratamento de esgoto estão saturadas. Precisamos de um sistema mais moderno de captação e tratamento do esgoto, atendendo os novos bairros. E isso vai ser feito. O bairro Aurora, por exemplo, temos esgoto escorrendo a céu aberto. Há uma necessidade de cuidarmos do meio ambiente, dando condições de um novo sistema de tratamento do esgoto em nosso município.
MN: Os servidores públicos são conhecidos por serem o “calcanhar de Aquiles” das administrações municipais. Como prover um funcionário satisfeito para reflexo na melhoria do serviço prestado?
Diogo: Servidor público não é calcanhar de Aquiles. Servidor público é o que faz a diferença na entrega do serviço público de qualidade. O servidor conhece as necessidades do povo, sabe como melhorar a gestão municipal e quer fazer seu trabalho com excelência. Como todo profissional, porém, ele quer e merece reconhecimento, salário justo, plano de carreira, incentivo à qualificação permanente e benefícios. Nós vamos fazer tudo isso.
Vamos valorizar o tíquete alimentação do servidor, corrigindo o valor anualmente, e concedendo a dobra do tíquete em datas especiais (como por exemplo o Dia do Trabalhador, Dia do Servidor Público e Natal). Dar uma solução legal definitiva para os servidores afastados pelo INSS para tratamento de saúde e não têm direito ao tíquete alimentação, para que recebam um recurso durante seu afastamento no período de recuperação.
Como vereadores, eu e o Carlos Rogério sempre estivemos ao lado dos servidores, eles sabem disso. Vai acabar esse negócio de prefeito ficar fiscalizando o que o servidor curte ou deixa de curtir na rede social. Vão acabar as perseguições, as retaliações e o assédio moral. Teremos uma relação de maturidade, confiança e reconhecimento com o servidor municipal.
MN: A Santa Casa de Pompeia é uma parceira de longa data da administração municipal. Há algum projeto que vise a instalação de um PA (Pronto Atendimento) para desafogar a demanda da Santa Casa?
Diogo: Primeiramente, precisamos lembrar que a administração que está terminando deixou a Santa Casa quase fechar. Não fossem a Irmandade, os dirigentes voluntários, os funcionários e empresários da cidade, hoje não teríamos hospital em Pompeia ou teríamos uma empresa terceirizada prestando serviços de pronto-socorro. Em relação à Santa Casa, tem coisas que a Prefeitura precisa fazer antes de pensar em um novo PA: cumprir as disposições da lei orgânica referente aos atendimentos de urgência e emergência e organizar, nessa linha as unidades de saúde; considerar que a Santa Casa é uma peça-chave do sistema de saúde do município e deve participar das decisões de alto nível da política de saúde em Pompeia; reestruturar o convênio entre o DHS e a Santa Casa para ajudar nosso hospital a resolver seu déficit atual e ter fôlego financeiro para continuar investindo e crescendo. Sobre criar um novo serviço de pronto-atendimento em Pompeia, precisa tomar cuidado. Da forma apressada como alguns têm levantado essa bandeira, vai aumentar, tirar dinheiro de outras áreas da saúde e criar um concorrente para a Santa Casa. Ou seja, vai faltar dinheiro para o DHS, vai faltar dinheiro para a Santa Casa e vai piorar o atendimento para quem precisa. É uma questão que precisa ser avaliar com racionalidade, planejar com todos os envolvidos que entendem do assunto e fazer o melhor pelas nossas instituições e pela saúde da população.