‘Vivemos uma revolução no campo da vacina’, afirma Luciana Sgarbi
Diante do enfrentamento à pandemia da Covid-19, a humanidade passa por uma transição histórica em relação à tecnologia utilizada para a produção de imunizantes, de acordo com a médica infectologista Luciana Sgarbi, referência na área em Marília e região.
A especialista diz respeito às vacinas produzidas contra a Covid, com base no material genético dos vírus – o chamado RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer e da Moderna. A nova técnica, utilizada em larga escala pela primeira vez, é promissora por vários motivos.
Um deles é que abre-se a porta para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças infecciosas e de outras naturezas, inclusive neurológicas, explica Luciana.
Com o salto tecnológico, essa área da medicina – de certa forma – passa para um novo patamar, o da engenharia genética, que exige parques industriais menos complexos, já que dispensa a utilização do cultivo do vírus, além de gerar menos riscos.
Diferente das técnicas anteriores, não se torna obrigatória a utilização do vírus atenuado ou inativo – ou ainda a utilização de outro agente vivo como vetor, através de uma espécie de “cavalo de Troia”.
“Na Segunda Guerra Mundial ocorreu algo parecido com os antibióticos, que já eram conhecidos, mas até então não havia o uso massivo”, explica Luciana.
“Vivemos uma revolução no campo da vacina”, afirma a médica, que é professora universitária e faz uma defesa enfática da ciência e da academia livre de influências políticas e religiosas. “Assim como o Estado, a pesquisa científica precisa ser laica, livre de ideologias políticas”, alerta.
De acordo com a infectologista, tudo que é novo tem o potencial de assustar e provocar insegurança, mas não há motivo para isso. “É preciso confiar na ciência, na racionalidade que vem guiando a modernidade até aqui, e garantindo mais qualidade de vida e longevidade”.
Ainda assim, ao mesmo tempo em que a cobertura vacinal cresce e derruba os índices de mortalidade e internação por Covid-19, com quantidades ínfimas de efeitos adversos, o mundo vê crescer um sentimento irracional de desconfiança em relação à ciência.
Luciana lembra que toda vacina tem um determinado índice de falha, mas são os imunizantes que vêm garantindo, notadamente nas últimas décadas, o controle e até mesmo a extinção de doenças que assolaram as sociedades por séculos.
“Nem o melhor goleiro do mundo pega todas as bolas, assim como nem o maior artilheiro acerta todos os pênaltis. No caso das vacinas, também cabem essas analogias, mas os índices e a realidade deixam nítido que a quantidade de vidas salvas é incontestável”, argumenta a infectologista.
A erradicação de doenças como a varíola e o controle da poliomielite – paralisia infantil – é um dos legados das vacinas. E, para frear o retorno de enfermidades como o sarampo e a coqueluche, que estavam controladas, é preciso garantir que a cobertura vacinal continue alta.
Diferente do paciente cardiopata, que faz um tratamento individualizado, no caso das doenças transmissíveis, se cuidar – ou seja, tomar a vacina – também representa um ato de cuidado com o outro. Só a partir de uma certa cobertura vacinal, algumas enfermidades podem ser controladas.
“Vacina é sinônimo de saúde e conta com embasamento científico. Significa que a tecnologia foi colocada à prova, submetida ao questionamento de outros pesquisadores exaustivamente. É preciso ter conhecimento disso e pensamento crítico, saber quais são as fontes das informações que estamos tendo acesso, se elas possuem ou não embasamento”, completa Luciana, que comanda atualmente a Sgarbi Vacinas, localizada na avenida das Esmeraldas, número 2.899, no Jardim Tangará, zona Leste de Marília.
Os telefones são o (14) 3433-2423, (14) 3433-0268 e WhatsApp (14) 98135-4871 [clique aqui para iniciar uma conversa].
O centro de vacinação também conta com as páginas facebook.com/sgarbivacinas e @sgarbivacinas no Instagram.