Violência contra a mulher: Secretaria promove encontros
A Secretaria Municipal da Juventude e Cidadania – por meio da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres – já vêm realizando, nos últimos dias, encontros periódicos com integrantes de várias instituições da cidade no intuito de articular a rede de proteção e de atendimento à mulher vítima de violência intrafamiliar.
As redes de atendimento às mulheres são formadas por profissionais e funcionários de instituições públicas e privadas; organizações sociais; organizações não governamentais; grupos organizados de mulheres; e associações comunitárias, que oferecem atenção especializada, orientação e informação.
“O objetivo é articular o apoio a essa mulher buscando a ampliação e à melhoria da qualidade do atendimento; à identificação e ao encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência; e à integralidade e à humanização destes serviços”, destaca Mariela Ribeiro Nunes Cardoso, coordenadora de Políticas para as Mulheres da Secretaria Municipal da Juventude e Cidadania.
Os encontros vêm sendo realizados individualmente com cada organismo integrante da rede – que deverá ser composta por representantes do Ministério Publico, da Defensoria Publica, da Polícia Militar, da Polícia Civil (DDM), da Prefeitura Municipal (por meio da CREAS e da Vigilância Epidemiológica), do Complexo Famema e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
Segundo a coordenadora, “o atendimento às vítimas de violência por meio das redes é muito importante para garantir o bom desempenho de todos e facilitar o acesso das vítimas aos seus direitos legalmente constituídos. A dificuldade de muitas das vítimas em denunciar a violência ou procurar ajuda aumentam ainda mais a importância desses serviços de estarem articulados”. E complementa. “Este trabalho contribui para a instalação do diálogo e a articulação constante entre os diversos serviços existentes no município, pois mesmo com todos os esforços a rede de proteção e atendimento tem alguns pontos estratégicos que precisam ser ajustados”.
A violência doméstica contra as mulheres, mesmo sendo considerado crime grave de violação dos direitos humanos, segue vitimando milhares de brasileiras reiteradamente: 77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanalmente ou diariamente, conforme revelam os dados dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
No município de Marília ainda não há um levantamento específico de números deste tipo de violência, mas a Coordenadoria da Mulher está iniciando os trabalhos de mapeamento da violência contra a mulher na cidade. “Sabemos que este crime ainda é subnotificado, pois as vítimas têm medo de registrarem o boletim de ocorrência por estarem vinculadas emocionalmente com o agressor. Mas, começaremos agora um levantamento específico e detalhado de todos os registros policiais, no qual a mulher é vítima de violência”, ressalta Cardoso.
E conclui. “Este levantamento só será possível, pois no final do ano passado, foi acordada uma parceria entre a Polícia Civil e a Coordenadoria de Políticas para as Mulheres”.