Vereadora Daniela presta depoimento na CP da ‘carteirada’
A vereadora Professora Daniela (PL) compareceu para ser ouvida na manhã desta quinta-feira (5) pela Comissão Processante (CP) movida contra ela na Câmara de Marília no ‘caso da carteirada’.
A oitiva estava marcada para a manhã desta terça-feira (3), mas acabou não acontecendo, porque a parlamentar não compareceu.
Daniela e seus advogados disseram que não foram notificados sobre a sessão para prestação do depoimento no dia 3, agendada após advogados da vereadora entrarem na Justiça contra o vereador Albuquerque (PSDB).
É o tucano que preside a CP e os advogados da vereadora afirmam que ela está tendo seu direito de defesa cerceado.
Recentemente, Albuquerque se negou a designar a oitiva de testemunhas de defesa da parlamentar. Liminar da Vara da Fazenda de Marília também obrigou que isso seja feito.
Uma decisão recente também obriga que Albuquerque se manifeste, com a devida fundamentação, sobre um pedido de suspeição feito contra ele na presidência da CP.
Entenda
No último dia 26 de outubro a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal foi ouvida pela comissão, depois de faltar uma semana antes alegando questões de saúde.
Cristal é comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BMP/I), que fica em Marília e responde ao CPI-4.
Ela está afastada da sua função também com base em alegações médicas, desde que o escândalo da carteirada veio à tona.
No dia 20 de outubro, o sargento da PM Alan Fabrício Ferreira foi ouvido pela CP. Ele foi o responsável por apreender um veículo em nome da vereadora Professora Daniela, que era conduzido por sua filha na madrugada de 16 de agosto.
De acordo com Alan, o veículo estava com o licenciamento vencido e com pneu careca. Durante a apreensão, Daniela ligou para a comandante da Polícia Militar em Marília.
Um áudio vazado mostrou Cristal ligando em seguida para Alan com ameaças e humilhações por causa da apreensão do veículo.
A vereadora Daniela alega que o carro estava com licenciamento vencido há menos de um mês, o que impediria a apreensão, e apresentou um laudo que mostra os pneus em condições de rodagem.
A parlamentar também disse que ligou para Cristal meramente para pedir uma orientação sobre como proceder no caso.
No final de setembro a defesa dela questionou a Comissão Processante na Câmara e atacou Alan e sua esposa.
No dia 28 do mês passado, o relator da CP, vereador Mário Coraíni (PTB), se posicionou pelo arquivamento do processo. Nas últimas semanas, porém, o plenário do Legislativo derrubou o relatório e garantiu a continuidade do processo.