Vereador quer retirada de livro sobre sexualidade
O vereador Marcos Rezende (PSD) protocolou um requerimento que pede a retirada do livro “Porta Aberta” da rede municipal de ensino de Marília. A obra, segundo o vereador, destinada a alunos do 1º ao 5º ano, aborda assuntos controversos como bigamia, poligamia, bissexualismo e transexualismo.
O pedido é dirigido ao prefeito Daniel Alonso (PSDB) e ao secretário de Educação do município Beto Cavallari, com quem Rezende tem uma reunião marcada na próxima quinta-feira (21) para discutir o assunto e expor suas opiniões.
A expectativa é de que o requerimento seja colocado para votação entre os vereadores na próxima sessão da Câmara, no dia 25. Esse é o segundo requerimento de Rezende sobre o tema. O primeiro pedia a relação de livros na rede municipal envolvendo o assunto.
“Pedi a relação de material didático e paradidático e nós fizemos uma pesquisa em todo o material que foi disponibilizado pela Secretaria da Educação. Constatamos que existe na nossa rede o ‘Porta Aberta’ que descaracteriza totalmente a família”, disse o vereador em entrevista ao Marília Notícia.
Para ele é “inimaginável” a discussão de assuntos como sexualidade ou poligamia “com crianças de 4 a 10 anos”. “É inaceitável isso, quando o Plano Nacional tirou a ideologia de gênero, que quer incutir na cabeça das nossas crianças que não existe homem, não existe mulher, que é tudo um conceito”, critica o parlamentar.
Rezende acredita que a sociedade cria seus filhos em cima do conceito de família “pai, mãe e filho”. No entanto, ele garante que não se trata de nenhum preconceito seu com “situações adversas”.
“Se amanhã uma criança educada dentro dos preceitos éticos tomar uma decisão na maioridade [diferente da heterossexualidade ou monogamia], nós vamos aceitar”.
Secretário de Educação
Procurado pelo MN para comentar o assunto, o secretário da pasta responsável, Beto Cavallari, disse que o livro foi escolhido por uma equipe técnica do município em 2015 entre as obras do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) com utilização até 2018.
Até lá, o livro deve ser mantido. Ainda assim, Cavallari afirma que vai ouvir Rezende e que o assunto precisa de ampla discussão entre os diversos grupos da sociedade que têm interesse na questão.
“A posição nossa nesse momento é de cumprir com aquilo que foi decidido até 2015, que vale até 2018. Mas ao mesmo tempo estamos abertos para discussões, com responsabilidade e sem radicalismo, é saudável”, disse o secretário.
Requerimento
O requerimento de Rezende, além de pedir a retirada do livro “Portas Abertas”, solicita informações sobre o “entendimento da maturidade das crianças” para terem aulas sobre temas como a formação da família e sexualidade.
Entre as coisas que o vereador quer saber estão os “efeitos de (re)formulação ou (re)modelação do caráter e dos valores morais dos alunos” que “poderão ser operados” por conta do ensino sobre o tema, e as “possíveis consequências que a erotização precoce de crianças podem trazer para o futuro delas e de suas famílias”, além dos “muitos conflitos familiares” pela “(re)programação” dos “valores”.
Para ele, o ensino do assunto tema pode causar “confusão de identidade” ou “disforia de gênero” nas crianças.