Veja como os candidatos a prefeito reagiram sobre a pandemia
Com dez chapas na corrida eleitoral pela Prefeitura de Marília, os candidatos definidos em convenções partidárias reagiram de modos diferentes à necessidade de restrições impostas com o objetivo de conter a proliferação do novo coronavírus na cidade.
A reportagem do Marília Notícia analisou as páginas de cada um deles desde o começo do ano para a análise apresentada nesta matéria.
Daniel Alonso
Para começar, o prefeito Daniel Alonso (PSDB), que vai disputar a reeleição, se antecipou ao próprio Estado e determinou o fechamento total das atividades não essenciais no final de março.
No entanto, o chefe do Executivo foi mudando de postura ao longo da crise – e conforme aumentou a pressão de certos setores. Com o objetivo de dividir a responsabilidade sobre as decisões locais, Daniel nomeou um Comitê de Enfrentamento, com líderes da cidade para debate de soluções.
Com forte demanda do setor produtivo, posteriormente Daniel passou a enfrentar o governador João Doria (PSDB) com ações judiciais – que chegaram até o Supremo Tribunal Federal.
Alonso tentava impor regras menos restritivas na cidade, até que acabou aceitando seguir as normas estaduais.
Daniel recuperou parte de sua popularidade na cidade por apresentar os melhores números da pandemia em relação a outras cidades importantes do Estado.
Abelardo Camarinha
Desde que o comércio foi obrigado a fechar as portas, Abelardo Camarinha (Podemos) cobrava uma “reabertura responsável”. Ele foi um dos políticos que mais abordou o tema, sempre criticando as decisões do atual governo municipal.
Em suas diversas lives, Abelardo criticou Daniel Alonso por ter se antecipado ao fechamento das atividades em relação ao Estado e também atacou o atual prefeito quando o tucano passou a adotar uma postura combativa às normas impostas pelo governador João Doria.
Abelardo entendeu que a cidade passou a sofrer retaliações de Doria devido ao enfrentamento de Daniel. O ex-prefeito e ex-deputado também acusou Daniel e aliados próximos do tucano de espalharem notícias falsas dizendo que Abelardo seria contra a reabertura do comércio.
“Eu sempre fui favorável à retomada consciente”, disse o político do Podemos em diversas ocasiões.
Em maio, Abelardo se reuniu com representantes da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim) e prometeu ir até o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), para pedir a retomada das atividades econômicas.
Desde julho, porém, Abelardo parece ter deixado o tema em segundo plano em sua página do Facebook, e tem focado nos seus feitos quando foi prefeito de Marília, além de muitas postagens com aliados.
Juliano
Marcos Juliano (PRTB) também abordou a questão do fechamento do comércio em decorrência da pandemia em diversas ocasiões em suas redes sociais, sempre contrário à medida. Por parte dele também não faltaram críticas ao atual prefeito.
Entre o final de março e o começo de abril, Juliano criticou a decisão de fechamento das atividades não essenciais e criticou também a dispensa de merendeiras e cuidadoras terceirizadas na rede municipal de ensino – já que as aulas presencial foram suspensas.
Juliano chegou a compartilhar um abaixo-assinado pedindo a reabertura do comércio e declarou apoio a um dos buzinaços feitos em frente ao paço municipal que tinha o mesmo mote. “Faça o que o povo quer, Daniel”, pediu Juliano.
Outro alvo de suas críticas foi o governador João Doria, sobretudo após Marília retroagir da fase amarela para a fase laranja, mais restritiva, no Plano São Paulo.
Nayara
Candidata pelo PSOL, Nayara Mazini, que é enfermeira, inicialmente demonstrou todo apoio à imposição do isolamento social, inclusive endossando a representação feita por diversas entidades locais da saúde ao Ministério Público.
Foi após essa representação que uma das ações que obrigaram Marília a seguir as decisões estaduais – o que incluiu o fechamento temporário do comércio – teve início.
Posteriormente, Nayara passou a pedir para quem pudesse manter o isolamento, que fizesse isso – mas sempre se manteve em defesa de atitudes que podem prevenir o contágio.
Ela também teceu severas críticas às atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) relacionadas à pandemia. Entre outras coisas, Bolsonaro desdenhou do número de mortes e da gravidade da doença, além de estimular a retomada das atividades comerciais.
Tato Ambrósio
O vice-prefeito, que rompeu com Daniel Alonso e agora também é candidato à chefiar a administração municipal, Tato Ambrósio criticou principalmente entre maio e abril o fechamento vertical do comércio em sua página do Facebook.
Boa parte das críticas feitas por ele vieram por meio de vídeos. Tato reclamou principalmente sobre a falta de soluções para o que chamou de “quebradeira” entre os comerciantes e o aumento das demissões. O auge de suas críticas foi o período em que a cidade ainda contava com poucos óbitos pela Covid-19.
Não se manifestaram
Por outro lado, alguns dos candidatos à Prefeitura de Marília pouco ou nada comentaram sobre o tema – necessidade de fechamento temporário de lojas e serviços para impedir a proliferação da Covid-19.
Poucas menções diretas sobre a questão são encontradas nas páginas do Facebook de Capitão Eliton (PV), Marcos Kohlmann (PSL), Professor Juvenal (PT), Lilian Miranda (PCO) e Adão Brito (PDT).