Uso desenfreado de café pode fazer mal à saúde da mulher
O consumo de cafeína tem crescido cada vez mais diante de rotinas extremamente atarefadas para as mulheres. Seja com trabalho, filhos, casa, academia, família – a dedicação feminina sempre será intensa em suas atividades.
Tomar aquele cafezinho, porém, nem sempre vai trazer benefícios, principalmente se você possui fortes sintomas de TPM, se está tentando engravidar ou se tem algum tipo de problema hormonal diagnosticado.
Antes de tudo, é preciso entender que a cafeína pode estimular a formação de cistos nos seios e ovários. Atenção, mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP), miomas, endometriose, cistos ovarianos e seios fibrocísticos! Esse hábito pode aumentar o desenvolvimento.
O uso desenfreado do café, portanto, não é legal quando se trata do sistema hormonal feminino. Ele pode influenciar negativamente com questões relacionadas à menstruação, infertilidade, baixo desejo sexual, mau humor e problemas de peso.
METABOLISMO
Para decompor a cafeína, o fígado utiliza-se da enzima CYP1A2, que é responsável por cerca de 90% da metabolização dessa substância. Acontece que o gene responsável pela formação dessa enzima possui variações, fazendo com que a molécula seja produzida de maneira alterada e podendo resultar na perda da eficiência.
Para aqueles que produzem uma boa quantidade de CYP1A2, portanto, tomar café não deverá ser um problema. Já para os metabolizadores lentos, a situação é bem diferente. Para piorar, estudos apontam que a maioria da população se enquadra na segunda opção.
Metabolizadores lentos correm um risco maior de sofrer ataques cardíacos por consumir duas ou mais xícaras de café por dia, por exemplo. E, uma vez que a doença cardíaca está no topo das causas de mortalidade entre as mulheres, o ideal é que o consumo seja moderado para todas.
FERTILIDADE
O impacto significativo na fertilidade de homens e mulheres é alarmante, apesar de ser pouco mencionado ao buscar a concepção, seja por meio natural ou com suporte médico. Veja alguns resultados de estudos recentes:
- três xícaras de café por dia aumentam em 74% o risco de aborto;
- a cafeína está associada à fertilidade abaixo do ideal ou suprimida;
- consumir bebidas com cafeína durante o início da gravidez aumenta o risco de interrupção precoce;
- o café pode atrapalhar a ovulação, aumentando os níveis de cortisol e estressando as glândulas supra-renais.
Além de tudo isso, a cafeína esgota vitaminas e minerais vitais necessários para a ovulação e fertilidade saudáveis. Sem contar que a acidez do café também pode causar problemas de saúde intestinal.
A substância ainda esgota o corpo de micronutrientes essenciais para o equilíbrio hormonal. O café libera magnésio e outros nutrientes e minerais que são vitais para os hormônios da felicidade e bem-estar, como as vitaminas B do seu sistema.
Isso tudo sem ao menos entrar no mérito de como ele pode desequilibrar nosso organismo ao atrapalhar a qualidade do nosso sono.
É por essas e outras questões que a nutrição desempenha um papel crucial na saúde da mulher.
Preciso viver sem café? Não necessariamente. Converse com seu nutricionista para saber qual o seu padrão genético para ajustar as doses, horários de consumo e como escolher um bom café para que ele atue como antioxidante e não como toxina para seu corpo.
Mais informações podem ser obtidas com a nutricionista Natália Figueiredo no Instituto InMulti, na rua Carlos Botelho, 703, pelos telefones (14) 3433-6198 e (14) 9 9162-7550 ou pelo site [clique aqui].
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Natália Figueiredo é nutricionista especialista em nutrição clínica e saúde da mulher (CRN-SP 58451)