Única mulher no secretariado, Wania Lombardi revela convite para candidatura a vice-prefeita
Única mulher presente no primeiro escalão do prefeito Daniel Alonso, a atual secretária municipal de Direitos Humanos, Wania Lombardi, de 58 anos, concluiu um ciclo na Assistência Social e é responsável por inovações na gestão pública de Marília.
Um dos exemplos recentes foi o lançamento com recursos municipais de dois restaurantes populares para a população, um na zona norte e outro na região sul. Olhar sensível para os mais vulneráveis socialmente fez com que Wania marcasse seu nome na trajetória política de pouco mais de sete anos de governo.
Divorciada, Wania perdeu um filho decorrente de leucemia muito cedo, mas superou desafios e mostrou a força de uma mulher em diversas áreas de atuação. Prestes a comemorar aniversário – no próximo dia 19 de março -, Wania Lombardi é a entrevistada especial da semana e revela convite para candidatura a vice-prefeita.
***
MN – Março é o mês das mulheres. Marília tem o que comemorar? Quais os avanços?
WANIA – Nossa cidade conta com um moderno Centro Municipal de Referência da Mulher, na rua Quatro de Abril, 763, na região central, inaugurado pela administração do prefeito Daniel. Uma conquista histórica para Marília. É um equipamento vinculado à Secretaria de Direitos Humanos que começou em uma sala e hoje tem uma estrutura maior. Prestamos serviços importantes em apoio às vítimas de violência doméstica, além de mulheres trans que sofrem preconceito e idosas. Temos convênio com a Delegacia Civil, Polícia Militar e outros órgãos públicos.
MN – Você conseguiu uma sede própria para o Centro da Mulher junto ao Governo do Estado?
WANIA – Sim, por meio da pasta estadual de Justiça e Cidadania, nossa gestão conseguiu uma verba de pouco mais de R$ 1 milhão, com contrapartida do município, para a construção da sede do Centro de Referência da Mulher. Vamos ampliar nosso atendimento, que hoje oferece cursos e oficinas de capacitação para as mulheres. Nossa demanda é espontânea e funcionamos também como braço de apoio ao Disque 180 para denúncia de agressões. É um serviço tão relevante para a sociedade que justifica uma sede própria, sem aluguel.
MN – Como é a relação do Centro com os conselhos?
WANIA – O atual governo reativou o Conselho Municipal da Mulher e contamos ainda com o Coletivo de Mulheres. Sempre ouvimos os conselhos e estamos buscando sempre o aprimoramento de políticas públicas. Vamos criar agora o Conselho LGBTQIAPN+; projeto já está no gabinete.
MN – De artista plástica, você se tornou uma gestora pública. Como foi a inserção da Wania Lombardi na Assistência Social?
WANIA – Minha formação é pedagogia e administração, com pós em gestão pública, e já trabalhei como artista plástica e atuei como diretora do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). Busquei estudar bastante a área do social, porque acredito que o secretariado precisa ser técnico e ao longo do tempo fui aprendendo como funcionava o meio público. O sistema de compras, por exemplo, é diferente do setor privado, ou seja, aprendi a lidar com a previsibilidade dos recursos. Meu lado artista ajudou no trato com os servidores públicos e meu lado mulher contribuiu para a aplicação de uma gestão com mais sensibilidade. Bom gestor é quem faz, e sempre tive carta branca do prefeito Daniel. Valorizo muito minha equipe também. Não faço nada sozinha.
MN – Você, enquanto secretária de Assistência Social, criou dois restaurantes populares, a exemplo do Bom Prato, como foi isso?
WANIA – O atual governo inovou com a criação do Restaurante Nosso Prato. São duas unidades: uma na zona sul e outra na região norte. Cada restaurante oferece 400 refeições por dia para a população. Custa apenas R$ 2. Entendo que encerrei um ciclo na Assistência e pude ajudar as pessoas em estado de vulnerabilidade social. Tive um olhar mais sensível para estas causas e avançamos com o projeto Casa Cidadã e Centro da Mulher, que foram referência durante a pandemia. Quando entrei na secretaria, me deparei com um monte de senhoras na chuva esperando o atendimento do CadÚnico, que era um prédio precário. Rapidamente, reformamos o prédio e hoje tem até ar condicionado. Reformulamos as Casas do Pequeno Cidadão e criamos também o inédito Plano Municipal de Assistência Social. Foram várias conquistas nesse período.
MN – Agora, no Direitos Humanos, você comanda um serviço público que abrange uma camada social taxada de ‘minorias’?
WANIA – A Secretaria Municipal de Direitos Humanos tem um importante Núcleo Humanitário, que atende refugiados e imigrantes. Temos convênio com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e buscamos assegurar os direitos deste público que chega a Marília. Recebemos imigrantes do Afeganistão, Venezuela e do Haiti, entre outros país, e prestamos auxílio e encaminhamento ao mercado de trabalho da cidade. Encaminhamos os imigrantes para a Polícia Federal, para a regularização dos documentos e, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), oferecemos aula de português. É uma pasta transversal e exige da gente um mapeamento das causas sociais, a exemplo da comunidade LGBTQIAPN+.
MN – Já pensou em disputar eleições?
WANIA – Recebi convites para ser candidata a vice-prefeita e vereadora, mas prefiro não revelar de quem. Eu gosto de atuar nos bastidores. Realizei minha contribuição na Assistência Social e recebi muitas homenagens dos servidores, cumpri com meu dever. Agora tenho outras missões no Direitos Humanos e sigo como secretária, sempre com tranquilidade e confiança.