Um terço dos que fizeram Enem em Marília não tem computador
A cada três alunos marilienses que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ano passado, um afirmou que não tem computador em casa.
Os microdados da mais recente edição da prova foram disponibilizados nas últimas semanas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
As informações disponíveis vão além do resultado individual e da escola a que os alunos estão vinculados. Constam também dados socioeconômicos.
Entre os 1.199 marilienses que prestaram o Enem no ano passado, 384 afirmaram não contar com computador em casa. Isso representa cerca de 32% do total.
Quando se faz o recorte por tipo de rede de ensino – pública ou privada – se constata um verdadeiro abismo.
Entre os 951 alunos de escolas estaduais de Marília que fizeram o Enem em 2019, os que disseram não ter o aparelho em casa são 353. Isso significa aproximadamente 37%.
Já na rede particular, apenas 12,5% respondeu que não conta com computador em casa. Ou 31 dos 248 marilienses de escolas pagas que fizeram a última edição do Exame.
Os dados são importantes sobretudo para pensar a questão do Ensino a Distância (EAD) e o impacto das desigualdades sociais na educação com um contexto de pandemia.
O percentual de alunos que não possui sequer acesso a internet em casa, contando as redes pública e privada, é de 8% em Marília. No entanto, quando se observa apenas o recorte das escolas particulares, esse índice cai para só 2%.
Outro aspecto importante, que pode influenciar na qualidade do EAD, é a quantidade de pessoas que moram nas residências dos alunos.
Na rede particular, entre os alunos que fizeram o Enem em Marília em 2019, em 18% dos casos existem cinco ou mais moradores no imóvel. Já na rede pública esse índice sobe para 28%.