TRF mantém silêncio sobre Operação Miragem
O Tribunal Regional Federal da 3ª região informou que não irá se manifestar em relação aos pedidos de prisão expedidos na Operação Miragem, deflagrada na manhã da última quarta-feira (10) pela Polícia Federal (PF) em Marília.
“Como a operação ainda está em curso e o processo é sigiloso, não temos informações a respeito. O Tribunal não vai se manifestar”, disse a assessoria de imprensa da Justiça Federal.
Segundo a PF, três pessoas continuam foragidas. Na quarta cinco mandados de prisão temporária foram expedidos pelo TRF da 3ª região. Três em Marília, um em Ribeirão Preto e outro em São Paulo.
A reportagem do Marília Notícia apurou que apenas duas pessoas foram detidas (uma em Marília e outra em Ribeirão Preto). Uma dessas pessoas é Carlos Francisco Cardoso, ex-dono da Central Marília Notícias (complexo que abriga as rádios Diário e Dirceu, e o jornal Diário de Marília), alvo da operação.
Segundo as informações obtidas pelo MN, Cardoso prestou um longo depoimento e acabou liberado horas depois, após o próprio delegado Luciano Menin, que comanda a investigação, entender que não havia mais motivos para mantê-lo preso. Menin considerou que Cardoso prestou todos os esclarecimentos necessários no momento e fez o pedido de relaxamento da prisão.
Já Sandra Mara Norbiato, atual dona da CMN e suposta ‘laranja’ de políticos que seriam os reais proprietários do grupo, continua presa em Ribeirão Preto.
O processo corre em segredo de Justiça e por isso os nomes não foram divulgados pela polícia, mas o MN também apurou que se trata de: Carlos Umbertto Garrossino, assessor de Abelardo Camarinha, o advogado José de Souza Júnior, ex-assessor jurídico e homem de confiança do prefeito Vinícius Camarinha, e um terceiro indivíduo ainda não identificado.
“Não recebemos qualquer notificação. Se os três procurados aparecerem aqui na porta da delegacia, nós iremos prender eles. A Polícia Federal continua sim na busca dessas pessoas. Se eles forem encontrados e tiverem um contra mandado no bolso tudo bem, é outra história. Mas até segunda ordem eles continuam foragidos”, disse ontem uma fonte da Polícia Federal que prefere não se identificar.
A operação da PF até o momento aponta indícios de que os suspeitos cometeram irregularidades na exploração de serviços de radiodifusão, como falta de concessão, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
Outra suspeita é de que dinheiro público desviado de Marília estava sendo enviado para o exterior através da CMN [entenda aqui].
O deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB), apontado nos bastidores como chefe do esquema criminoso, negou qualquer envolvimento com o grupo de comunicação.