‘Travessia’ traz o mundo da intriga maléfica da internet
Sai a natureza exuberante para a chegada do mundo sombrio da internet – com a missão de sustentar a grande audiência de Pantanal, novela encerrada na sexta-feira, 7, Travessia estreia nesta segunda-feira, 10, na Globo, com o perfil de um folhetim clássico, com dramas humanos, amores, ambição. Mas traz um ambiente novo em telenovela: a deepfake, ou seja, o uso da inteligência artificial para fazer montagens na internet, substituindo rostos e vozes para construir vídeos realistas, mas falsos.
“A internet e as redes sociais ampliaram esse poder e a informação maliciosa já não fica mais restrita ao boca a boca. Agora, ela se propaga rapidamente e sem limites geográficos”, comenta Gloria Perez, autora da trama que começa em Portugal, onde um grupo de amigos faz, de brincadeira, uma nova montagem para um vídeo que é divulgado nas redes sociais, sem se dar que conta que isso vai impactar e transformar radicalmente a vida de Brisa (Lucy Alves), jovem que cresceu órfã e que, no interior do Maranhão, se vê obrigada a encarar uma longa jornada para recuperar sua vida e sua identidade de volta.
A narrativa vai se desenvolver no eixo Maranhão-Rio de Janeiro-Lisboa, cujas diferenças culturais são marcantes, mas estão aproximadas com o uso da tecnologia.
“Vamos tratar de um tema que é, ao mesmo tempo, poderoso e invisível, algo semelhante à natureza”, explica o diretor artístico Mauro Mendonça Filho. “O foco da novela está no humano, no quanto o uso desenfreado de internet, celular, redes sociais, robôs e inteligência artificial tem alterado as relações e o comportamento das pessoas. Como sempre, Gloria aborda assuntos relevantes e de identificação universal.”
A estreia de Travessia foi antecipada, depois de a Globo decidir levar para sua plataforma Globoplay Todas as Flores, novela escrita por João Emanuel Carneiro que sucederia Pantanal.
A alteração de planos e a consequente pressa na gravação não incomodou Mendonça Filho, um dos mais perspicazes diretores da atual teledramaturgia brasileira. “Conheço o universo ficcional criado pela Gloria, temos uma sintonia.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.