Oitivas confirmam caso de assédio por professor da Famema
Três testemunhas de acusação ouvidas pela Justiça de Marília confirmaram os supostos casos de assédio que teriam sido praticados por um docente da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) contra uma médica, então, residente da instituição.
Na ação, movida em julho de 2020, a autora pede uma indenização no valor de R$ 40 mil por danos morais à instituição. O caso, no entanto, ainda não foi julgado pela Vara da Fazenda, responsável pelo caso. O Marília Notícia noticiou a denúncia com exclusividade no ano passado.
No processo, durante a fase de oitivas, foram ouvidos outros dois médicos que fizeram a residência com a vítima e um docente da mesma disciplina. O acusado não chegou a ser arrolado. A médica autora da denúncia acompanhou os depoimentos, mas não se manifestou.
Os dois colegas de turma da vítima confirmaram ter presenciado o assédio cometido durante a aula de especialização. “Presenciei (o docente apalpar os seios da médica) em dois momentos. Na primeira vez, ele estava descrevendo o exame físico, uma técnica cirúrgica (…). Ele a usou sem pedir permissão. Todo mundo ficou constrangido, principalmente ela. Ficou sem reação. Outro episódio foi quando ele passou por ela e deu três toquinhos na mama dela, e não era nem demonstração de aula, nada”, disse uma das testemunhas.
Em outra ocasião, o professor teria pedido que a autora da ação beijasse um outro residente para demostrar um processo de cicatrização. A vítima reclamou sobre a falta de respeito uma vez que estava noiva.
Ainda conforme os autos, o docente fazia questão de perseguir, coagir e constranger a vítima na frente de terceiros. Inclusive, o professor teria chegado a dizer que não a orientaria na disciplina, como forma de repreensão por algum ato que teria desaprovado.
Os depoimentos foram acompanhados pelos advogados da vítima e pelo procurador do Estado, que representa a Famema. O processo teve juntadas as alegações finais e agora aguarda sentença.
OUTRO LADO
Em nota, a Famema afirma apenas que “instaurou uma Comissão Processante para apurar o caso, que após ouvir envolvidos e testemunhas, concluiu pelo arquivamento do procedimento. Na esfera judicial, a Famema é representada pela PGE – Procuradoria Geral do Estado.”
O MN também procurou o professor citado na ação para comentar o caso, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.