Justiça analisa caso de morte tentada na UPA nesta quinta
Acontece na tarde desta quinta-feira (16) a audiência virtual de instrução, debates e julgamento em relação à tentativa de homicídio ocorrida contra um enfermeiro, em fevereiro do ano passado, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte, em Marília. Uma atendente de telemarketing é apontada como autora do crime.
Testemunhas de defesa e acusação devem participar da audiência, bem como a vítima e a indiciada, por videoconferência.
A Defensoria Pública, que defende a atendente de telemarketing, fez o pedido de instauração de incidente de insanidade mental, que deve ser feito pelo Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) concordou com o pedido e questiona se a ré, na época do crime, era portadora de doença mental ou de perturbação da saúde mental. A Promotoria quer saber se os peritos a classificam como imputável, semi-imputável ou inimputável.
A acusação também quer saber se, pelo grau de uma eventual doença mental, perturbação da saúde mental ou desenvolvimento mental incompleto, a atendente de telemarketing apresenta perigo para terceiros ou para si mesma.
CASO
O caso começou com a chamada da Polícia Militar para atender uma desinteligência no dia 22 de fevereiro de 2022, que estaria acontecendo na UPA Norte, por volta das 6h30.
No local, os policiais flagraram a suspeita com mais três amigas, em invasão de área restrita, ofendendo e ameaçando uma funcionária por causa da demora no atendimento, em meio a tentativas de agressão e xingamentos. Já havia muito sangue.
A equipe foi informada que o enfermeiro tinha sido atacado. A acusada teria retirado um canivete da bolsa enquanto ameaçava de morte os funcionários.
O enfermeiro, ao tentar imobilizar a mulher, foi golpeado em direção ao tórax, mas evitou a ação com a mão direita. O canivete perfurou o dorso da mão da vítima, atingiu uma artéria e um tendão. O homem foi levado ao pronto-socorro, onde passou por atendimento médico. A mulher foi presa em flagrante, acusada de tentativa de homicídio.
ABHU
Na ocasião, em nota, a assessoria de imprensa da Associação Beneficente Hospital Unimar (ABHU) – gestora da UPA – informou que o incidente envolveu quatro jovens com idade entre 18 e 24 anos.
“As moças chegaram por volta das 6h30, solicitando atendimento para um caso de ortopedia. Foi feita a ficha de entrada, sendo que as mesmas foram orientadas a aguardar a chamada. Como as mulheres ficaram do lado de fora do prédio, não ouviram a chamada pelo atendimento e, por isso, a ficha foi cancelada”, explica.
De acordo com a entidade, “posteriormente, ao saberem que a ficha havia sido cancelada, as quatro invadiram a sala da triagem e começaram a promover desordem. O segurança tentou conter as agressoras, com a ajuda dos demais funcionários. Um enfermeiro veio em socorro aos atendentes e acabou ferido com um golpe de faca no braço, desferido por uma das jovens.”
A ABHU informa que a Polícia Militar foi chamada e, ao chegar no local, conteve a agressora. As outras três, inclusive a que esperava atendimento de ortopedia, foram embora com uma cadeira de rodas, que posteriormente foi localizada e devolvida à unidade.
“O enfermeiro sofreu um corte profundo no braço, sendo socorrido até o HC de Marília. Lamentamos pelo ocorrido e salientamos que estamos dando toda assistência ao funcionário. Além disso, serão tomadas as providências cabíveis para o caso”, concluiu o documento na data.