Suspeito de feminicídio, adolescente deve ficar internado por tempo indeterminado
A Justiça determinou a internação por tempo indeterminado do adolescente de 15 anos, suspeito de matar Lídia Hadassa de Lima, de apenas 14 anos, com golpes de faca no dia 23 de maio, em Júlio Mesquita.
Ele fugiu após o feminicídio, mas foi apreendido em flagrante no final da tarde do mesmo dia, sendo encaminhado para o Hospital das Clínicas (HC) e posteriormente para a Fundação Casa de Marília.
A decisão que determinou a internação foi dada pelo juiz de Direito Octávio Santos Antunes, da Justiça de Cafelândia. Além de permanecer na Fundação Casa por tempo indeterminado, houve ordem para que um relatório sobre o seu comportamento na unidade seja apresentado para a Justiça a cada seis meses.
O adolescente, suspeito do crime, participou de audiência de instrução, debates e julgamento no dia 22 de junho, com a presença de testemunhas de defesa e acusação. Apesar de considerar a primariedade do adolescente, a gravidade do crime, motivado por ciúmes, foi levada em conta para mantê-lo internado.
O juiz entendeu que o menor agiu com frieza, não se preocupando com o grave mal causado à vítima. Além dos golpes de faca, ele ainda teria desferido chutes e socos contra a menor de apenas 14 anos de idade. Por isso, a medida socioeducativa de maior rigor foi a única adequada para o caso.
CRIME
O jovem foi detido pela Polícia Militar (PM) na área rural e apresentava ferimentos aparentemente superficiais de faca no pescoço. Existe a suspeita que o infrator teria tentado tomar veneno ou agrotóxico após o crime.
De acordo com informações confirmadas pela Polícia Civil, o crime aconteceu na rua João Becão, às 12h51. Vítima e autor mantinham um relacionamento amoroso, mas teriam rompido. Depois de uma discussão, o adolescente desferiu golpes de faca na jovem, que foi atingida no tronco e próximo da virilha. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Depois do crime, o autor fugiu levando consigo a faca usada no crime. O rapaz foi perseguido por uma região de mata até ser detido por policiais militares. Com ele foi encontrado o objeto usado no feminicídio.
Segundo a Polícia Civil, o menor se encontrava em aparente estado de choque, com alguns ferimentos superficiais, que teria produzido em si próprio. Os policiais também suspeitaram que ele tivesse ingerido algum veneno ou agrotóxico, sendo levado por uma viatura da concessionária que administra a rodovia da região até o HC de Marília.
O adolescente permaneceu sob escolta da Polícia Militar e após receber alta foi levado para a Fundação Casa de Marília.