Suéllen Rosim tenta reeleição em meio à escassez hídrica, greve e pressão por resultados
Popular na cidade de Bauru muito antes de ser eleita à chefia do Executivo, a jornalista, cantora gospel e prefeita da cidade, Suéllen Rosim (PSD) tem no caminho de sua reeleição alguns problemas graves na cidade. Entre os maiores estão a falta de água e as obras estruturais, que não avançaram, além da relação com os servidores municipais, que estão atualmente em greve.
A prefeita, desenvolta nas redes sociais, tem sido cobrada por problemas reais, como a gestão da crise hídrica na cidade. Ela também enfrenta uma oposição que, embora não tenha coesão, possui poder de fogo suficiente para causar instabilidades políticas.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) iniciou a paralisação no dia 7 de maio, devido ao impasse sobre o reajuste salarial. Em pautas difusas, que vão além das trabalhistas, os servidores reivindicavam também a retirada do regime de urgência do Projeto de Lei (PL) que propõe a concessão do tratamento de esgoto do município à iniciativa privada.
Nesta quinta-feira (16) uma parcela dos servidores municipais retomou as atividades nos serviços considerados essenciais, durante a greve da categoria. Liminar concedida pela Justiça, na terça-feira (14), reconhece o direito de greve, mas determina a manutenção de 70% do quadro de funcionários nas áreas da educação, saúde, Secretaria de Bem-Estar Social e Departamento de Água e Esgoto (DAE).
ESTADO DE EMERGÊNCIA
Outro problema enfrentado pela prefeita é a falta de água crônica. A cidade de Bauru vive rodízio para garantir o abastecimento em diversos bairros atendidos pelo sistema da captação do Rio Batalha. Estado de emergência foi decretado no dia 9 de maio.
Segundo o DAE, o rodízio, iniciado nesta sexta-feira (17), atinge o equivalente a 27% da cidade, cerca de 100 mil pessoas, e tem como finalidade equilibrar a distribuição de água e reforçar o abastecimento das regiões mais afetadas pela crise hídrica.
Sem chuvas há 28 dias, Bauru viu o nível da lagoa de captação do Rio Batalha atingir 1,70 metro nesta quinta-feira (16). O ideal é de 3,20 metros.
PROBLEMAS E POLÍTICA
A dengue é outro problema em Bauru. Em apenas um mês foram registrados mais de 1.300 casos da doença na cidade. Os dados foram divulgados pela Prefeitura e correspondem ao período de 15 de abril a 15 de maio.
O município soma agora 5.511 casos da doença e quatro mortes em 2024. Em meio ao avanço da doença – em momento em que a curva epidemiológica deveria estar em queda – a cidade se empenha para ampliar a imunização
A vacina contra a dengue continua sendo oferecida nas unidades de saúde, direcionada a crianças e adolescente, entre 10 e 14 anos.
Mesmo diante de tantos problemas, o grupo político da prefeita Suéllen Rosim tem superado a oposição de Bauru. O bloco contrário está dividido em pelo menos três frentes, em relação a partidos aliados.
Suéllen tem o apoio até o momento, além de seu próprio partido, do MDB, PP, Avante, Republicanos, Solidariedade e PRD. Dois deles são comandados por sua família.
Entre as apostas para a reeleição – contra as acusações de muitas selfies e poucos resultados – estão os apoios do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos Pontes (PL) e outros bolsonaristas de expressão.