Startup de Marília inicia operações nos EUA com plataforma de IA para a saúde

A startup mariliense Vitale, especializada em inteligência artificial aplicada à saúde e sediada no Parque Tecnológico da Universidade de Marília (Unimar), o TecUnimar, iniciou oficialmente suas operações nos Estados Unidos, com base na cidade de Miami, na Flórida, desde novembro de 2025, segundo a própria empresa. A expansão internacional ocorreu a partir da demanda de um médico interessado em uma plataforma de saúde capaz de operar em diferentes países e idiomas para internacionalizar a clínica MedStation USA.
De acordo com a Vitale, a tecnologia desenvolvida em Marília foi escolhida para viabilizar o projeto por permitir integração multilíngue e suporte clínico baseado em algoritmos de inteligência artificial. O fundador da startup, Bruno Vital, afirma que a chegada ao mercado norte-americano representa reconhecimento do trabalho desenvolvido no interior paulista. “Estou muito feliz em levar tecnologia de Marília não só para os Estados Unidos, como para outros países também. É uma responsabilidade grande, mas ao mesmo tempo uma confirmação de que estamos no caminho certo”, disse.
Atualmente, a plataforma da Vitale reúne mais de 200 médicos, cerca de 500 profissionais de saúde e aproximadamente 215 mil pacientes únicos, conforme dados divulgados pela empresa. O sistema funciona a partir do registro das informações do paciente pelo profissional de saúde, com sugestões de possibilidades diagnósticas geradas por inteligência artificial. “O profissional insere as informações do paciente e a plataforma oferece sugestões baseadas em inteligência artificial. Isso torna o diagnóstico mais assertivo, sempre complementando a experiência clínica, e nunca substituindo o olhar humano”, explicou Bruno Vital.
O coordenador do TecUnimar, professor doutor Caio Saraiva Coneglian, avalia que a trajetória da Vitale reflete o papel do parque tecnológico no apoio a empresas inovadoras. “O TecUnimar reúne empresas em diferentes estágios de desenvolvimento, desde ideias iniciais até startups em processo de internacionalização, como a Vitale. Aqui, elas contam com infraestrutura, mentoria, rede de pesquisadores e conexões estratégicas. Ver uma empresa nascida nesse ambiente chegar aos Estados Unidos demonstra a relevância da inovação produzida dentro da Unimar”, afirmou.
Segundo Coneglian, a presença de startups internacionalizadas também impacta a formação acadêmica. “Os alunos conseguem enxergar, na prática, como a tecnologia que aprendem em sala pode se transformar em produtos e serviços que impactam a vida das pessoas”, completou.
Para a pró-reitora de Graduação da Unimar, professora doutora Fernanda Mesquita Serva, a expansão da Vitale reforça o compromisso institucional com a formação voltada ao mercado global. “Quando uma startup sediada no TecUnimar começa a atuar nos Estados Unidos, isso significa que estamos cumprindo nossa missão de formar pessoas e apoiar projetos capazes de competir em alto nível, sem perder o vínculo com a nossa identidade. A Vitale leva o nome de Marília e da Unimar para o mundo, demonstrando que produzimos ciência, tecnologia e inovação de excelência no interior do estado”, declarou.
A pró-reitora destacou ainda que a atuação da empresa amplia oportunidades acadêmicas. “Ter uma startup como a Vitale integrada ao nosso ecossistema cria oportunidades de pesquisa, estágios, formação e diálogo interdisciplinar, beneficiando toda a nossa comunidade acadêmica”, afirmou.
Para ampliar a atuação nos Estados Unidos, a Vitale informou que está em processo de obtenção de acreditações federais exigidas para operar com convênios e com o setor público norte-americano. Segundo a empresa, os procedimentos envolvem análises de segurança, conformidade e protocolos técnicos. “As acreditações são extremamente criteriosas e passam por análises minuciosas. Já iniciamos essa etapa e acredito que, com o empenho da equipe, conseguiremos reunir todas as certificações dentro de um ano”, projetou Bruno Vital.
Antes da operação nos Estados Unidos, a Vitale já mantinha parcerias na América Latina e na Europa, ainda em fase inicial, de acordo com a startup. A estratégia de internacionalização, segundo a empresa, segue um plano gradual, com foco em consistência tecnológica, segurança de dados e desempenho no atendimento. “A inteligência artificial aplicada à saúde pode otimizar atendimentos e tornar diagnósticos mais precisos, beneficiando tanto profissionais quanto pacientes. Nosso compromisso é crescer de forma responsável e sustentável”, concluiu o fundador.