Situação de distritos é “quase” precária, diz secretário
A situação da maioria dos distritos de Marília beira quase a precariedade, disse o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Odracyr de Oliveira Capponi, em entrevista ao Marília Notícia. Ele estima que ao menos 10 mil pessoas vivem nesses locais.
Capponi foi convidado para falar, entre outras coisas, sobre a situação da zona rural em Marília em reunião do Conselho de Habitação e Política Urbana de Marília, às 17h desta quinta-feira (20) no auditório do paço municipal.
Ao MN o secretário antecipou o que apresentará sobre os distritos que junto com Marília, compõem o município: Amadeu Amaral, Avencas, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e Rosália.
De acordo com ele, a maior parte da população dos distritos é formada por agricultores que convivem com “falta de infraestrutura básica, esgoto, iluminação pública, asfalto, problemas nas estradas, sujeira” e também “comunicação”.
“Hoje os debates em termos de habitação, saúde, educação e toda parte institucional é baseado apenas no perímetro urbano. [A reunião no conselho] é mais para alerta na parte de habitação que temos casas, é necessário trabalho”.
O principal problema, de acordo com Capponi, é o esgoto que vai para os rios e fossas. “Na zona rural as pessoas são muito mais afetadas pelo esgoto do que quem mora na cidade”, aponta.
“Temos feito alguma coisa, mas precisamos de ajuda de outros setores [da administração municipal]”, comenta o secretário. Para ele, é necessário um amplo estudo em todos os distritos. “Temos que começar uma hora”.
Para Capponi os distritos precisam ser tratados como os demais bairros. “Igual o Acapulco”.
Ele se preocupa, também, especificamente com o impacto dos novos empreendimento imobiliários que estão sendo entregues em Padre Nóbrega – um acréscimo de milhares de pessoas. Esse é outro assunto que deve ser abordado na conversa com o Conselho de Habitação.
Dirceu
O distrito de Dirceu exemplifica a precariedade dos demais. A rua principal, que já foi de asfalto, se desfez e hoje é chão de terra. Entulho e sujeira se espalham pela área. O esgoto usado ainda é a velha fossa.
Quando chove, a produção agropecuária fica com o escoamento prejudicado, assim como a mobilidade dos moradores. A única caixa d’água do município, sem manutenção, vaza constantemente.
A reportagem apurou que representantes da administração estiveram no local e prometeram retornar, o que não acontece há quase três meses.
Em outros distritos, como Lácio e Nóbrega, por exemplo, os moradores reivindicam a nomeação de um subprefeito e dizem que os locais estão abandonados.