Sindimmar abre campanha e cobra 43,95% de reajuste
Reajuste de 43,95% nos salários dos servidores, vale-alimentação com equiparação ao atual valor pago aos funcionários da Câmara e extensão do benefício aos aposentados. Pauta dos servidores municipais de Marília para 2022 é ambiciosa e tenta superar dois anos sem correção.
As propostas foram aprovadas em assembleia realizada nesta segunda-feira (15), de forma híbrida. Três dirigentes participaram presencialmente na sede do sindicato e outros 103 de forma remota. O município tem cerca de 4,9 mil servidores ativos na Administração Direta.
São mais 2,2 mil aposentados e pensionistas, além dos trabalhadores das autarquias, que também fazem parte da base do Sindimmar.
Em entrevista ao Marília Notícia, a presidenta da entidade, Vanilda de Lima, afirma que a pauta de reivindicações foi protocolada na Prefeitura de Marília nesta terça-feira (16). Ela admite que as propostas são ambiciosas.
“É normal começar a negociação com um valor mais alto. Mas não é um percentual irreal, da nossa cabeça. O servidor teve muitas perdas. Está com o salário congelado desde o início da pandemia. No ano anterior, não foi feita sequer a reposição da inflação”, denuncia.
A sindicalista aponta aumento no custo de vida, principalmente, para as famílias de renda mais baixa, com alta no preço dos combustíveis, por exemplo. “Nesse tempo, a gasolina subiu mais de 200%. O custo dos alimentos explodiu. As perdas para o servidor são insuportáveis”, reclama.
REIVINDICAÇÕES
Com data-base no início de abril, o sindicato espera que a Prefeitura entre nas negociações com uma contraproposta ao reajuste de 43,95%. Acredita ainda que o Executivo faça a equiparação entre o vale-alimentação dos servidores municipais com o benefício do Legislativo.
Atualmente quem trabalha na Câmara recebe todo mês – para gastar em supermercados – R$ 690. Já o servidor da Prefeitura tem cartão de R$ 420.
Outra reivindicação é a extensão do benefício de vale-alimentação – no valor equiparado à Câmara Municipal – a todos os aposentados e pensionistas.
Vale lembrar que, no passado, os servidores inativos recebiam cestas básicas, mas o crédito mensal foi extinto, segundo a Prefeitura, por ter sido julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).
Como “compensação” foi criado o vale-saúde no valor de R$ 230, que tem como finalidade auxiliar o aposentado na contratação de um plano de saúde.
ANO ELEITORAL
Vanilda afirma que há pressa entre todas as entidades do serviço público, Brasil afora, por causa das eleições municipais. A legislação veta que prefeitos, governadores ou o presidente da República concedam reajustes ou benefícios seis meses antes das eleições.
“Temos que finalizar a campanha até o início de abril. Sabemos que será uma campanha com luta, no melhor sentido, porque somente assim é que podemos conquistar avanços para o servidor”, diz.
Além da pauta, o sindicato também aprovou durante a Assembleia que será realizada uma mobilização, com concentração de servidores, na sexta-feira seguinte à data da reunião a ser agendada com o prefeito Daniel Alonso (PSDB).
Vanilda diz que ainda não há agenda definida, mas esperar que, diante do protocolo feito na Prefeitura, o chefe do Executivo marque uma data breve.
A sindicalista, que venceu a chapa da situação com promessa de “subir o tom” nas cobranças à Prefeitura, afirmou que a categoria precisa se preparar para eventual demora na resposta do Poder Público.
“É claro que esperamos dialogar e fechar [negociação] bem antes da data-base, mas se não tiver conversa, teremos que fazer atos públicos e ações do sindicato, cumprindo o papel de mobilização, para mostrar a força da categoria”, conclui.