Stiam não descarta greve do setor industrial em Marília
Uma mensagem deixada na tampa de um vaso sanitário do vestiário masculino na Marilan colocou todo setor industrial em alerta em Marília. O rumor entre os próprios funcionários é de que a suposta ameaça pode ter sido gerada por provável insatisfação salarial, uma vez que a empresa e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Marília (Stiam) estão em rodadas de negociação salarial. A entidade representativa, no entanto, não descarta a possibilidade de greve da categoria na cidade.
De acordo com o presidente da Stiam, Wilson Vidoto Manzon, a classe está em período de campanha salarial, mas até o momento, não houve acordo entre patrões e empregados.
“Eles têm política de não querer dar nada para o trabalhador acima daquilo que eles decidem. Há cinco anos não temos um aumento real. Não deixamos faltar os alimentos, trabalhamos 24 horas, aos domingos e feriados, mas o setor patronal não teve reconhecimento e isso gera insatisfação dos trabalhadores”, salienta Manzon.
O sindicalista afirma que as empresas cresceram, ganharam dinheiro, mas não reconhecem o envolvimento e comprometimento dos funcionários. Reuniões para tratar as negociações foram marcadas com outras empresas nesta semana.
“Fizemos reunião na sexta e estamos marcando com outras empresas nessa semana, para ver se conseguimos resolver. Se não der certo, vamos colocar em votação essa questão da greve. As empresas precisam sentar e conversar, reconhecer o que os trabalhadores fazem. Hoje a Marilan tem restaurante gratuito de ótima qualidade, participação nos lucros, plano de saúde, tíquete alimentação e transporte gratuito, mas a empresa deve se sensibilizar na questão salarial”, pontua o presidente da Stiam.
Manzon repudia a ameaça feita no vestiário masculino da empresa e destaca que esse tipo de situação não ajuda. “Essa pessoa, que está ameaçando os companheiros de trabalho, devia conversar com a gente, dizer que está insatisfeito, e não colocar em risco – mentalmente – toda uma categoria que trabalha em uma empresa”, rechaça.
Se não entrar em acordo na questão salarial com as empresas até sexta-feira (28), o sindicato deve lançar um edital para convocação de uma assembleia na segunda-feira (31), que pode deliberar ou não pela greve.
Em contato com a Marilan, a empresa afirmou ao Marília Notícia que não comenta sobre as negociações salariais em andamento.
AMEAÇA
O Marília Notícia teve acesso à nova ameaça de morte escrita em um dos banheiros da Marilan. A mensagem causou temor entre os funcionários da indústria.
Trabalhadores encontraram o texto com ameaça de chacina escrita em um vaso sanitário. A possibilidade de um crime premeditado tem causado pavor.
A mensagem, que teria sido escrita nesta segunda-feira (24), diz “amanhã em diante vou matar todos no portão pequeno com 38. Guarda. Vou vir com pistola. Tiro em todos”.
Esta não é a primeira vez que mensagem do tipo é encontrada na indústria. Em abril deste ano, outro comunicado falava em matar pessoas dentro da empresa.
OUTRO LADO
A Marilan foi questionada sobre as providências a serem adotadas quanto à segurança dentro da indústria. Também foi interrogada sobre a ameaça.
Através de nota, a empresa afirma que “assim que obteve conhecimento do ocorrido em sua unidade de Marília, a Marilan tomou imediatamente providências para garantir o total acolhimento de seus funcionários. A companhia reforça que a integridade física e emocional de seus colaboradores é e sempre será prioridade, razão pela qual está tomando as medidas para intensificar a segurança e o bem-estar em sua unidade. Além disso, a Marilan está avaliando eventuais ações a serem tomadas junto às autoridades competentes.”