Sindicância apura aplicação feita pelo Ipremm em 2011
A Corregedoria Geral do Município instaurou sindicância para apurar eventual irregularidade na administração de investimentos feitos pelo Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm) há mais de dez anos – em 2011.
A portaria foi publicada na edição desta sexta-feira (18) do Diário Oficial do Município de Marília (Domm).
“Considerando o expediente no qual a presidente do Ipremm envia, por meio do Protocolo sob o nº 34560/2021, manifestação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que determinou a instauração de sindicância para apuração de eventual irregularidade decorrente da administração de fundos de investimento do Regime de Previdência Social de Marília, bem como, aferir o saldo dos recursos públicos investidos, com o intuito de que tais recursos sejam reavidos e as perdas mitigadas”, diz a publicação.
O Marília Notícia fez contato com a atual presidente do Ipremm, Mônica Regina Silva, que explicou que a sindicância é referente a um fundo “que foi investido em 2011. Ele chamava Geração de Energia Fip Multiestratégia”.
“Era um fundo que a gente tinha uma participação para construir uma usina hidrelétrica. O fundo, que era fechado para investimento, foi indo bem até determinado momento, teve valorização grande das ações. Quando o Ipremm, naquela época, decidiu por meio dos conselhos fazer parte desse fundo, tinha que ficar vinculado por sete anos e não poderia sair, só aportar quando necessário”, explica Mônica.
“Perto deste sétimo ano, foi verificado que muito não avançou, como a parte de reflorestamento, por exemplo. Não tinha começado a construção da usina também e começou a sofrer uma desvalorização no mercado. É muito alto para manter um fundo desse. Isso começou a ‘derreter’ o fundo”, diz a presidente do Ipremm.
De acordo com a gestora, o instituto fez uma aplicação inicial de R$ 1,1 milhão em outubro de 2011. Em fevereiro de 2012, um novo aporte de R$ 460 mil foi efetuado.
O montante chegou a render um valor total de R$ 2.859.152,26. Contudo, o desinvestimento ocorreu em várias etapas, segundo Mônica. Hoje o valor está em R$ 164.640,17.
Conforme a presidente do Ipremm, o dinheiro não pode ser resgatado porque o fundo ainda está em processo de desinvestimento. Não há prazo para que a situação se resolva e o saldo pode até zerar.
“Os prazos são definidos por meio das assembleias. Fixam um prazo final e avaliam quando está encerrando. Se ok, resolve. Mas se pendente de medidas, a data é prorrogada. É o que vem acontecendo desde 2017”, explica.
Como caso vem se arrastando e houve muita perda de valores, o fato chamou a atenção do TCE que solicitou a abertura de sindicância.
“Como isso, impacta no patrimônio. O TCE queria saber como perdeu o dinheiro, pediu para acompanhar a situação de perto e fazer uma sindicância para verificar responsabilidades. Sabemos já que não é responsabilidade do gestor, é um risco do mercado mesmo, um negócio. Não foi só aqui, é com todos que contrataram esse fundo no Brasil”, finaliza.