Shopper recebe aporte de R$ 120 mi e vai expandir operação
A Shopper, startup de supermercado online, anunciou nesta terça-feira, 18, o recebimento de um aporte no valor de R$ 120 milhões, liderado pelo fundo de investimento Minerva, com participação de José Gallo, da Renner, e de outros investidores que já atuaram na empresa.
Com atividades 100% online — e crescimento durante a pandemia -, a Shopper quer usar o aporte para expandir a sua operação e dobrar o número de funcionários até o final do ano. Hoje, a startup conta com cerca de 500 pessoas. “A gente quer continuar a partir disso. Esse aporte não é só pra esse ano, ele vai gerar crescimento para o ano que vem. Queremos chegar perto de 1.000 pessoas na empresa e continuar pensando em termos de faturamento”, explica Fábio Rodas, presidente e cofundador da Shopper, em entrevista ao Estadão.
Anualmente, a empresa tem quadruplicado o crescimento médio, afirma Rodas, e isso tem possibilitado a expansão dos serviços de supermercado no app. Atendendo 22 cidades da região metropolitana de São Paulo, a meta é sair também do Estado, para levar seus serviços para o Rio de Janeiro até o começo de 2022.
A empreitada parece um voo alto para a startup, mas Rodas afirma que a logística da empresa está preparada para a expansão. Em um modelo de entrega programada, a Shopper possui apenas um centro de distribuição e negocia os suprimentos diretamente com os fornecedores para evitar que eles se percam por manuseio ou data de validade.
“A gente não tem lojas físicas, só um centro de distribuição e a ligação direta com os fornecedores. Estamos 100% verticalizados nessa logística e aí a gente consegue controlar a cadeia de suprimentos”.
Hoje, a plataforma, criada em 2015, comporta um supermercado online comum: o cliente acessa os produtos, faz a compra e paga pelo celular ou computador. A lista de compras é salva na conta do usuário e ele tem a opção de agendar a mesma ação para o mês seguinte ou editar a lista e programar o envio para quando achar necessário.
Mesmo com diversos modelos concorrentes — aplicativos de delivery como Rappi, Uber Eats e iFood têm investido no segmento de mercado — a Shopper acredita que pode conquistar o cliente pela variedade de estoque, justamente por negociar com os fornecedores. Essa é a fórmula de venda e de promoção que a startup usa para chamar a atenção para si no meio de tantas alternativas online.
“Com o agendamento, a gente consegue ter uma flexibilidade maior. Então, a gente negocia melhor e planeja melhor a logística. E o cliente tem uma noção muito melhor do que a casa dela precisa e com isso consegue também economizar”, afirma Bruna Vaz, chefe de operação e cofundadora da Shopper.
Agora, além da expansão, a empresa pensa em como manter a operação com uma logística funcional e com mais pontos de distribuição pelo Estado de São Paulo. Até o final do ano, a Shopper quer estar em 60 municípios paulistas, no que considera uma oportunidade de ouro no setor.
“Vamos poder ir para outras cidades que, hoje, a gente ainda não atende. A nossa visão é que as pessoas são muito mal atendidas em geral no Brasil. Então é uma super oportunidade que a gente tem para avançar nesse negócio”, afirma Rodas.