Setor de eventos pede atenção do poder público durante pandemia
O setor de eventos, que envolve cerca de 500 estabelecimentos em Marília, entre locação de espaços e de equipamentos, decoração, serviços de fotografia e vídeo, cerimonial, animação e alimentação, reclama da falta de planejamento e perspectivas para a retomada das atividades.
Em junho a cidade chegou a ter um casamento, celebrado em uma chácara, após pedido de liminar na Justiça. Regras foram estabelecidas e a cerimônia foi realizada sem registro incidentes, porém foi um caso único.
O fotógrafo e empresário Diego Justo relata que, em março, semanas antes da pandemia, as perspectivas eram excelentes.
“Ia começar uma fase excelente, com mais eventos, mais casamentos. Mas foi tudo por água abaixo”, conta.
Diego relata que é raro algum profissional do ramo passar um final de semana sem nenhum trabalho, pelo menos em relação a áudio e vídeo. Ele estima que existam na cidade pelo menos 200 negócios que são específicos para eventos.
“Não sabemos o que fazer, para onde correr. O setor está abandonado. Não tem política pública alguma. Com certeza, com todas as medidas sanitárias, já daria para estar liberando algumas atividades”, acredita.
Sem festas, Diego tem feito ensaios fotográficos com gestantes, explorando ambientes abertos e também feito fotos e vídeos de registro de famílias, mas a renda está comprometida.
Raquel Souza faz convites de casamento, caixas para padrinhos e outros itens relacionados ao tão sonhado “sim”. Ela conta que muitos já passam apuros financeiros, sem dinheiro para o básico.
“Não temos apoio do governo. Estamos, na verdade, esquecidos e somos centenas de profissionais, de buffets à papelaria especializada. Precisamos, pelo menos, da inclusão no plano de retomada para podermos trabalhar o reagendamentos”, afirma.
Embora possam ser consideradas supérfluas por alguns, as festas são a única fonte de receita para centenas de pessoas.
Fontes do setor ouvidas pelo Marília Notícia afirmam que há uma mobilização para pedir audiência com o prefeito Daniel Alonso (PSDB), para apresentação de algum plano de flexibilização para o segmento.
A reportagem procurou a assessoria do prefeito. Em nota, a administração municipal informou que “quando tinha o poder de autonomia para decidir a flexibilização da quarentena em Marília, o município até previa a volta consciente de alguns setores de eventos”.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), porém, o município “tem que seguir o Estado e suas diretrizes”.
“No entanto, o prefeito Daniel Alonso tem lutado junto ao Tribunal de Justiça para que Marília possar ter sua autonomia reconquistada novamente”, diz a nota.