Servidores da Prefeitura entram em estado de greve
Os servidores públicos da Prefeitura de Marília declararam estado de greve na noite de quarta-feira (21). A decisão veio após reunião com representantes da administração municipal, onde era esperada apresentação de uma proposta de reajuste salarial, o que não aconteceu.
O que houve foi a exposição de um pré-projeto de plano de carreira para o funcionalismo, colocado como alternativa ao reajuste, já que segundo a administração, a concessão das duas demandas da categoria é impossível no momento.
O percentual de reposição salarial só deve ser apresentado na próxima reunião, marcada para o dia 6 de abril. Antes disso, no desfile de 4 de abril, aniversário de fundação da cidade, os funcionários municipais devem fazer uma manifestação.
Se a próxima reunião não for satisfatória, os trabalhadores podem de fato cruzar os braços. O presidente do Sindmmar (Sindicato Servidores Municipais de Marília), Mauro Cirino, diz que a categoria está com “a faca no pescoço”.
“A proposta da Prefeitura foi levada em assembleia depois da reunião e os funcionários ficaram revoltados, nós já havíamos dado uma semana de prazo para apresentação do reajuste”, disse o sindicalista ao Marília Notícia. Os servidores reivindicam 11% de reajuste.
O plano de carreira dos servidores é uma reivindicação há anos e foi aprovado de surpresa em dezembro de 2016, no fim do governo de Vinícius Camarinha (PSB), sem nenhum estudo de impacto. Considerado insustentável e com possível irregularidades perante a Lei de Responsabilidade Fiscal, o plano acabou anulado pela Câmara no começo de 2017.
A promessa da administração pública era de apresentar um novo plano em até 90 dias. Nas próximas semanas completará um ano que o prazo dado acabou.
“Nosso medo é que esse plano que estão apresentando agora não possa ser colocado em prática no ano que vem, não seja aprovado pelos vereadores ou não tenha caixa por consequências econômicas. Podemos ficar sem o pássaro na mão, com os dois voando. Sem reajuste e sem plano de carreira. Os servidores não confiam mais no governo”, afirma o presidente do Sindmmar.
Prefeitura
A prefeitura diz foi apresentado um “projeto-piloto” do plano de carreira dos servidores, desenvolvido pela Corregedora Geral do Município, Valquíria Galo Febrônio Alves, e pelo Diretor Técnico Administrativo, José Carlos da Silva.
No entanto, a própria administração informa que “imediatamente foi avaliado pelo secretário da Fazenda Levi Gomes como alternativa inviável devido ao impacto financeiro que causaria aos cofres públicos”.
O Procurador Geral do Município, Alysson Alex Souza e Silva, participou da reunião e deu orientações que podem viabilizar o plano proposto.
Foi acertado ao término da reunião que o projeto será reestruturado com a colaboração dos servidores. “Os servidores passarão a manter contato frequente com a administração até que se esgotem todas as possibilidades, especialmente no que diz respeito ao reajuste salarial”, finalizou a Prefeitura.
Região
A situação do funcionalismo público é complicada também em cidades vizinhas. Os servidores municipais de Bauru (100 quilômetros de Marília) já entraram em greve na manhã da última terça-feira (20).
A decisão foi resultado de uma assembleia na qual os funcionários pediram reajuste salarial de 21%, além do aumento do vale-alimentação e refeição.
No entanto, o prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSD) negou e propôs um reajuste aos trabalhadores municipais de 2,84%.