Servidora se diz vítima de perseguição pela Prefeitura de Marília
Uma servidora municipal acusada de falsas declarações e difamação do Poder Executivo local diz ser vítima de perseguição com um novo processo administrativo aberto contra ela.
Publicação feita nesta sexta-feira (17) no Diário Oficial do Município de Marília contesta informações “inverídicas” declaradas pela agente comunitária de saúde, Umbelina Rosa, 51 anos, para um veículo de comunicação da cidade.
Ela se queixava de ter sido transferida de local de trabalho pela administração e dizia não saber o motivo em uma reportagem onde só foram divulgadas as iniciais do nome de Umbelina – um artifício utilizado no jornalismo para preservar a fonte.
O novo processo seria por ela supostamente ter mentido e denegrido a imagem da Prefeitura. Um investigação interna revelou que reclamante se tratava da agente comunitária recentemente removida da Unidade Básica de Saúde (UBS) São Miguel para a UBS Alto Cafezal.
A mudança de unidade aconteceu após outra sindicância contra a mulher, aberta em novembro de 2017, para apurar um desentendimento entre funcionários da UBS São Miguel.
Um processo administrativo disciplinar também foi instaurado contra a servidora em março deste ano.
Sindicato
A agente comunitária de saúde, que completa 52 na próxima segunda-feira (20), acionou o Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Controle de Endemias de Marília para sua defesa.
“A transferência ocorreu em abril por conta de um desentendimento entre funcionários da UBS São Miguel. Foi aberto um processo de sindicância e a servidora deu uma entrevista para um jornal sobre o que teria ocorrido no local, sem mencionar nenhum nome”, explica o diretor do sindicado, Irineu Gomes dos Santos.
Para Irineu Santos, a decisão de transferir a funcionária de unidade é inconstitucional. “O processo da corregedoria apurou que a servidora deveria ser transferida em decorrência de um desentendimento. Ela trabalha há 14 anos na unidade. Existe uma lei que determina que o agente comunitário trabalhe na área que reside. Os funcionários devem resolver os problemas internos e não serem transferidos. Já pensou se todo mundo que tem um problema no trabalho fosse transferido?”, questiona o sindicalista.
Abaixo-assinado/medidas legais
Os moradores do bairro São Miguel fizeram um abaixo-assinado com 400 assinaturas para o retorno da agente comunitária à unidade e informaram que a região está sem cobertura, mas a solicitação foi ignorada pelo Poder Executivo.
O jurídico do sindicato protocolou um mandato de segurança obrigando a transferência da servidora para a unidade de Saúde da zona Norte.
Diante dos processos administrativos contra as declarações de Umbelina Rosa, o sindicato da categoria entende que ela é vítima perseguição, censura e assédio ao trabalhador e pretende acionar o Ministério Público contra a Prefeitura de Marília.
“Como uma pessoa não pode dar uma entrevista para se defender? A ação é descabida por parte da prefeitura. Logo após ela ser intimada para comparecer na Corregedoria, o advogado do sindicato fará a denúncia no MP para preservar os direitos da servidora”, complementa Irineu.
A intimação de Umbelina Rosa deverá ser realizada entre 30 a 60 dias, de acordo com a agenda da comissão da Prefeitura de Marília.
Prefeitura
O Marília Notícia questionou a Prefeitura de Marília sobre a alegação de inconstitucionalidade por parte do sindicado na transferência da funcionária e as acusações de perseguição. Nenhuma resposta foi obtida até a publicação desta reportagem.