Marília confirma morte por dengue e mais 67 novos casos
Na semana em que a Secretaria Municipal da Saúde confirmou o primeiro caso positivo de dengue com morte, na cidade, o número total de novas vítimas subiu para 333, ou seja, 67 a mais que relatório anterior. Outros 67 casos entraram para investigação.
O aposentado Ivon Mariussi, de 78 anos, morreu no dia 27 de janeiro, após ser atendido no Pronto Atendimento da Zona Sul e apresentar agravo no estado de saúde. Com o avanço dos sintomas, ele foi internado no Hospital das Clínicas, mas não resistiu.
Ele era mecânico de refrigeração, tinha vencido um câncer e gostava de praticar esportes. A saúde do idoso, conta a filha, Rosana Mariussi, estava em dia. “Meu pai era ativo, forte, se alimentava bem, dormia bem, não tinha queixas. Era um homem muito forte”, revela.
A filha conta que Ivon começou a sentir sintomas na quinta-feira (23 de janeiro). Morreu de domingo para segunda (27), no HC. Ele procurou o PA Sul logo que começou a se sentir mal. Teve muita febre e as manchas se alastraram pelo corpo, característica da doença.
“No hospital (HC) fizeram exames e viram umas manchas no pulmão. Disseram que poderia ser um começo de pneumonia. Não deu tempo nem de apurar ser era mesmo. Ele faleceu muito rapidamente. Muita gente agora está com medo do coronavírus. Eu posso dizer: a dengue é pior”, afirma a filha de Ivon.
Novos casos
Relatório divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde de Marília aponta que o surto continua mais intenso na zona Oeste da cidade. Somente nos territórios da Unidade Saúde da Família Argolo Ferrão e Unidade Básica de Saúde Chico Mendes, são 87 casos positivos.
Na zona Sul, segunda região com mais vítimas, o bairro Santa Paula e adjacências tem a situação mais complicada: 28 pessoas já adoeceram no entorno. O Planalto e bairros próximos aparece no relatório com dez casos.
Unidades particulares
Desde o início do ano, as unidades de saúde do município apontaram como 1.576 casos suspeitos. Destes, quase metade já foi descartado: 738. Outros 528 ainda aguardam análise pelo Laboratório Adolfo Lutz.
Embora tenham atendido apenas 30, dos 333 que efetivamente tiveram a doença, as unidades de urgência da rede privada de Marília foram responsáveis por mais de 22% das notificações dos casos suspeitos.
O Pronto Atendimento da Unimed foi o serviço que mais encaminhou amostras para análise, com 203 notificações. A Santa Casa de Marília considerou os sintomas de 135 pacientes suspeitos para dengue. Já o Hospital da Unimar colheu material de 16 pessoas para exame.
Conforme apurou o Marília Notícia com fontes do setor, o alerta se deve à preocupação destas unidades com os agravos, que independente do sorotipo, podem levar o paciente à morte. A vulnerabilidade é maior em idosos, gestantes e crianças, ou ainda pessoas com comorbidades – hipertensão, diabetes, doenças crônicas, ou imunodeprimidas.