Prefeitura defende estratégia e rejeita exames em massa
Marília não terá, ao menos por enquanto, ações para testagem em massa da população, como tem ocorrido em alguns municípios da região, inclusive com drive thru. A decisão é da Secretaria Municipal da Saúde, que afirma já ter realizado 1,5 mil testes na cidade, de um total de 10,5 mil exames comprados recentemente.
Em Bauru (distante 100 quilômetros de Marília), a Prefeitura local vai usar o sambódromo para receber moradores, preferencialmente com sintomas, e aplicar testes rápidos neste sábado (13). Foram anunciados pelo menos 1,2 mil exames.
A cidade tem 491 casos confirmados e 18 mortes. Na etapa recente da pesquisa nacional de prevalência do vírus, feita pela Universidade Federal de Pelotas e o Ministério da Saúde, Bauru teve um caso constatado, em uma amostra de 250 moradores. Em Marília não houve nenhum.
Já em Lins (distante 75 quilômetros de Marília), um drive thru de testes rápidos resultou na realização de 426 exames, ao longo de quatro dias. Nenhum positivo foi constatado. A cidade tem 61 casos e seis mortes.
Para o secretário municipal da Saúde de Marília, Cássio Luiz Pinto, a estratégia local tem ajudado a Vigilância Epidemiológica a fazer o bloqueio do vírus e evitar avanço da doença.
“Os testes, em Marília, são feitos em qualquer pessoa sintomática ou que não está com sintomas, mas que teve contato com caso positivo. Não acreditamos que seja uma medida eficiente a testagem em massa, porque esse é um recurso limitado (os testes) que precisa ser usado dentro de um protocolo”, defendeu Cássio.
O secretário não descarta que a cidade faça, no futuro, drive thru para facilitar acesso, possivelmente com algum tipo de contrapartida social (como a doação de alimento pelas pessoas participantes) mas vê a medida com desconfiança, do ponto de vista da eficácia.
“Testando sintomáticos, que procuram as unidades, estamos usando os testes que temos de forma mais sensata. A população precisa tomar cuidado com esse tipo de ação, que pode ser mais marketing e política, do que uma medida de saúde para controle da doença”, afirmou.
Segundo o Cássio, de nada adianta uma pessoa assintomática fazer o teste (com resultado negativo) e não adotar as medidas de distanciamento social e higiene que são recomendadas. Em caso de grande circulação do vírus, em poucos dias, a mesma pessoa poderá estar contaminada.
Custo
Em abril, a Prefeitura de Marilia investiu R$ 2.115.000 para acelerar diagnóstico da Covid-19 na cidade. A compra incluiu 4,5 mil exames sorológicos PCR, 6 mil testes rápidos (sorológicos) e 4 mil exames de H1N1. A cidade recebeu ainda 800 testes do Ministério da Saúde.
O secretário afirma que o teste rápido que o município adquiriu (sorológico) é diferenciado, em relação à maioria dos produtos que propõem testagem imediata para Covid-19.
“O teste que a Prefeitura de Marília adquiriu é do padrão ouro. Ele não exige que seja feita contraprova e é válido para notificação. Temos que usar com racionalidade”, explicou Cássio.