Saúde de Paraguaçu tem a 1ª mulher motorista
Exemplo de força, garra e determinação, a servidora pública municipal Maria Cristina da Silva, de 44 anos, está feliz da vida depois de realizar o sonho de se tornar motorista de pacientes no Departamento de Saúde de Paraguaçu Paulista (distante 78 quilômetros de Marília).
Maria é funcionária pública desde 2010, no cargo efetivo de auxiliar de serviços diversos, que conquistou mediante concurso público.
Sempre empenhada, a funcionária pública foi promovida a motorista na área da saúde há cerca de um ano. Até então, trabalhava como motorista no Velório Municipal, função que ocupou pelo período de dois anos. Ela fala com orgulho do fato de ser a primeira mulher na história de Paraguaçu Paulista a transportar pacientes no Departamento de Saúde.
“Eu fico orgulhosa, acho que o espaço da mulher tem que ser conquistado, toda mulher consegue, hoje não existe mais aquela ideia de que mulher faz uma coisa e homem faz outra. A mulher hoje tem um espaço muito grande”, ressaltou.
Maria Cristina possui carteira de habilitação categoria D e no momento pode atuar como condutora apenas de veículos leves. O Departamento Municipal de Saúde já está providenciando cursos e capacitações para que a servidora esteja apta a conduzir veículos grandes, como vans e ambulâncias.
“A gente quer que a população tenha uma qualidade de atendimento por parte dos motoristas e isso já acontece, mas a Cris vem para dar um outro tom, outra cor ao nosso setor de transporte, e como lugar de mulher é onde ela quiser, que ela seja muito bem-vinda, que seja feliz aqui”, destacou Egydio Nogueira Tonini Neto, diretor do Departamento de Saúde.
“Nós vamos investir em treinamentos para que ela possa se qualificar ainda mais e estamos muito felizes com o trabalho que ela já vem desenvolvendo”, completou.
Embora alguns poucos pacientes ainda fiquem surpresos quando se deparam com uma mulher ao volante, a acolhida tem sido muito boa e os elogios constantes pelo trabalho e profissionalismo de Maria Cristina.
“No primeiro momento, alguns ficam com medo, achando que a gente é frágil, tem aquele susto no primeiro impacto, mas depois eles não querem trocar não. A gente cria um vínculo de amizade e de confiança, principalmente quando é paciente mulher. Elas ficam mais a vontade para conversar, desabafar e, no fim, a viagem flui de uma maneira leve, passa até mais rápido”, ressaltou a condutora, que faz viagens para toda a região e já chegou a transportar pacientes até para Campinas.
Com um filho de oito anos, Maria Cristina conta com o apoio da mãe nos cuidados à criança ao longo da semana. Aos sábados e domingos, quando geralmente não há viagens, se dedica aos cuidados da casa e família. Apesar da rotina corrida, ela só tem agradecimentos a fazer.
“Isso é o que eu queria, eu sempre quis e estou muito feliz”, comemora.
O diretor de Saúde destaca que a intenção é abrir caminho para que outras mulheres se juntem à Maria Cristina.
“A mulher tem uma qualidade especial, é mais atenciosa, mais cuidadosa, mais delicada e isso é muito bacana. A gente quer que a Cris seja essa referência. Futuramente queremos que mais mulheres venham para a Saúde para nos ajudar aqui”, afirmou Egydio.
De acordo com Alex Itelvino, responsável pelo Setor de Transportes no Departamento de Saúde, são transportados aproximadamente 17 mil pacientes por ano.
São 25 veículos, entre vans, ambulâncias e carros pequenos realizando o transporte diário de cerca de 180 pacientes para diversas cidades, como Assis, Marília, Campinas, Barretos, São Paulo, entre outras.
“É uma média de cinco mil viagens por ano e o trabalho da Cris veio para somar no nosso time, ela trabalhava no setor administrativo e sempre teve interesse em ser motorista, demonstrando ser muito comprometida, cuidadosa e atenciosa com os pacientes”, disse.
“A gente só recebe elogios, ela realmente está quebrando barreiras”, finalizou Alex Itelvino.