Saúde de Marília estabelece novo plano de contingência para enfrentar o Aedes aegypti
O Grupo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde elabora novo plano de contingência municipal para arboviroses (dengue, zika e chikungunya) em 2024.
A medida busca envolver diversos setores do município no combate para reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor das doenças, detectar de forma ainda mais assertiva os casos suspeitos entre a população e deixar a estrutura da Saúde preparada para atender eventual aumento ou grande salto de casos, com sintomas graves da doença entre os infectados.
Já com índices de aumento de casos identificados nos últimos meses de 2023 que, de forma atípica, o período apresentou maior quantidade de chuva e maior intensidade de calor (dois fatores que provocam o aumento da população de Aedes aegypti), a Prefeitura de Marília vem se preparando para o aumento de casos também em 2024. Tanto que nas duas primeiras semanas do ano, de 1º a 13 de janeiro, foi registrado um total de 62 casos positivos para a dengue na cidade. No mesmo período de 2023 foram registrados 38 positivos.
Segundo a responsável interina pela Vigilância Epidemiológica, a enfermeira Camila Servoni, o plano não é exclusivo da Vigilância e está sendo atualizado juntamente com diversos setores da Prefeitura, envolvendo desde a Atenção Básica (que coordena as unidades de saúde), a Divisão de Zoonoses (que faz a ação de campo contra o mosquito), a Assistência Farmacêutica (que planeja a aquisição e distribuição dos medicamentos necessários), a Vigilância Sanitária (que fiscaliza e orienta sobre as condições sanitárias dos logradouros), Almoxarifado (responsável pelos insumos e equipamentos necessários nas ações e planos), Frota de Veículos (que gerencia a logística de transporte de equipes e profissionais nas ações), o Daca (que coordena o encaminhamento e agendamento dos exames e internações), entre outros.
O plano vai envolver ainda pactuações intersetoriais, incluindo as secretarias de Obras, Limpeza, Educação, para mobilizar toda a cidade e a sociedade neste combate, pois o sucesso e a redução dos casos exige a contribuição direta da população, com a eliminação de criadouros nas casas e terrenos, bem como na redução do despejo de lixo e objetos que possam abrigar as larvas do mosquito.
Na terça-feira (16), ocorreu uma reunião para elaboração de um novo procedimento operacional padrão para enfermeiros da rede municipal. Com objetivo de planejar, instruir e padronizar as ações e processos das equipes de enfermagem que prestarão assistência aos pacientes suspeitos ou com dengue, melhorando a assertividade dos diagnósticos, para uma detecção mais precisa dos focos e locais de contágio, bem como o acompanhamento desses pacientes que precisam de assistência de qualidade.
Todos os enfermeiros da rede passarão por reunião preparatória e de capacitação já na próxima terça-feira (23). Nesta data também haverá outro encontro, com os diversos setores da Secretaria Municipal de Saúde, para avançar nas discussões referentes ao plano de contingência municipal para arboviroses de 2024.
Para fevereiro haverá outra capacitação, sobre manejo clínico da dengue para profissionais de Saúde da rede de Atenção Básica, com convite estendido também aos profissionais dos serviços de urgência municipal (UPA e PA).
COMBATE ANTECIPADO
A Divisão de Zoonoses, que coordena o combate ao mosquito, e lidera um batalhão de 115 agentes de endemia distribuídos nas áreas geográficas das 52 unidades de saúde do município, intensificou as ações desde que o Estado de Alerta foi decretado pela Vigilância Epidemiológica no fim do ano passado.
De acordo com as informações da chefe de Serviços de Zoonoses e atual responsável interina pela Vigilância Ambiental (nova denominação da antiga Divisão de Zoonoses), Adriana Antonia Dadalto Mariano, as vistorias domiciliares pelos agentes comunitários de Saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE) foram ampliados, criando plantões de fim de semana para atuação também aos sábados para acelerar a cobertura dessas visitações.
“São as vistorias que verificam áreas propensas ao acúmulo de água parada, como vasos, recipientes, calhas e outros locais, promovendo a eliminação ou tratamento adequado quando ocorre identificação de criadouro, é que promove a redução da população dos mosquitos”, explicou. Outra ação de combate, os bloqueios, também aumentaram, por consequência.
“É que conforme aumenta o número de casos positivos ou suspeitos também aumentam os bloqueios, pois em cada caso suspeito o entorno do domicílio do paciente recebe uma ação específica para eliminação imediata de todo criadouro”, explicou. A responsável reiterou a necessidade da ajuda de toda a população no combate a uma possível epidemia mais grave de dengue em 2024. “Encontramos muitos imóveis sem morador, outros que negam o ingresso do agente, e em um ano de maior risco de epidemia como esse é preciso que todo mundo colabore, que faça a auto busca por criadores, eliminando todo recipiente e corrigindo todas as falhas estruturais do imóvel que possa reter água parada”, declarou.