Santa Casa destaca Dia Mundial de Luta Contra o Câncer
A rotina começa bem cedo, com as primeiras consultas e sessões de quimioterapia. Alguns pacientes vêm de longe. O cansaço só não supera a expectativa. Mas, no tratamento oncológico, nem sempre os médicos têm a dizer o que todos querem ouvir.
O câncer ainda é uma doença com alto índice de complicações e mortalidade. O principal motivo, segundo os especialistas, é o diagnóstico tardio. Com mais de 25 anos de experiência na área, dedicação e crescimento contínuo, a Santa Casa de Marília é referência regional na especialidade. Na instituição, o Dia Mundial do Câncer é lembrado com trabalho e otimismo.
O serviço é coordenado pela médica oncologista Lia Rachel Gáspari e envolve, entre as áreas clínicas, cirúrgica e de apoio, dez médicos e mais de cem funcionários. A atenção é integral. Da recepção, para a primeira consulta, à reabilitação pós-cirúrgica (fisioterapia e terapia ocupacional).
Segundo a médica, a maior incidência registrada no hospital é de câncer de mama, próstata e intestino. Há ainda alta demanda na oncopediatria, tendo como destaque a leucemia. “As causas são múltiplas. Alguns são influenciados por hábitos como o cigarro, a bebida alcoólica, consumo excessivo de carne ou mesmo fatores genéticos”, explica a oncologista.
Da mesma forma, a prevenção pode ser feita de diversas formas, mas a principal maneira de evitar um câncer é adotar hábitos de vida mais saudáveis. “Uma pessoa que pratica atividades físicas e tem alimentação mais moderada e balanceada, por exemplo, podemos dizer que terá menos chances de desenvolver a doença”, alerta.
Há ainda a prevenção por meio de exames de rotina. É o o caso dos nódulos nas mamas, que são detectáveis no autoexame e na mamografia, de acordo com a idade. Ou ainda os tumores de próstata, que podem ser diagnosticados e tratados precocemente com a visita regular ao urologista.
Batalha contra o câncer – A auxiliar de produção Silvana Tereza da Silva, de 39 anos, faz tratamento oncológico pelo SUS (Serviço Único de Saúde) na Santa Casa de Marília. Ela admite que não se atentava à agenda de prevenção. Ficou surpresa ao descobrir, há três meses, que o desconforto na glândula mamária era provocado por um nódulo.
“Eu fui ao posto de saúde e já saí com os encaminhamentos. Vim para o hospital fazer uma cirurgia e foi verificado que tenho outro nódulo. Agora vou ter que fazer a mastectomia (remoção) ou quimioterapia. Começa uma nova fase da nossa luta”, afirma.
A força para enfrentar a doença vem dos cinco filhos. Afastada do trabalho, Silvana se desdobra entre a preocupação com a família e a necessidade de cuidar de si mesma. “Sou divorciada e tenho nos meus filhos a minha motivação. Quero ficar com eles muito tempo”, afirma.
Para ela, o mais difícil durante o tratamento é manter a estrutura emocional. “É complicado porque na hora que você vai passar pelo médico, vai cheia de expectativa e leva um balde de água fria. É uma doença terrível, mas eu tenho certeza que vou vencer”, garante.
Hospital expande oncologia para atender demanda
O setor de oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Marília ganhou, em 2014, mais espaço para atender a crescente demanda. Em dezembro do ano passado a instituição concluiu as obras executadas com recursos próprios e inaugurou o novo ambulatório clínico, localizado na antiga “Ala G”, um andar abaixo das atuais instalações. Foram investidos R$ 317.388,35 para adequação completa.
Com essa conquista, os pacientes clínicos e cirúrgicos serão atendidos em ambientes distintos, mais amplos, com mais espaço para consultórios e serviços de apoio. “Está havendo uma adequação da estrutura física à demanda, que é crescente. Com isso, melhora as condições de trabalho, a segurança e o conforto dos pacientes”, atesta a médica.
Os indicadores consolidados do hospital (números já publicados e disponibilizados pelo Ministério da Saúde) apontam que, entre julho de 2013 e junho de 2014, a instituição realizou 7.833 consultas oncológicas. Desse total, 3.593 pacientes passaram por 1º consulta. Os demais atendimentos foram consultas de retorno ou subsequente.
No mesmo período, a oncologia realizou 9.262 sessões de quimioterapia e 1.148 internações (entre pacientes pediátricos e adultos). Cerca de 85% do atendimento oncológico da instituição é prestado ao SUS (Sistema Único de Saúde). A Santa Casa de Marília é referência para 62 municípios da área de abrangência da DRS IX (Direção Regional de Saúde).