Samu continua sofrendo com trotes em Marília
A redação da lei municipal que prevê multas contra trotes ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192 – em Marília precisa ser modificada para que possa ser aplicada.
A avaliação é do chefe da Divisão de Fiscalização de Posturas, Meio Ambiente e Limpeza Pública da Prefeitura de Marília.
No cargo desde o dia 13 de janeiro, Jaílton Aparecido Bruno disse que a lei Lei 8002/16 de outubro do ano passado não especifica quem fica responsável pela fiscalização, que prevê multa de R$ 1 mil para o proprietário da linha telefônica utilizada na “brincadeira” de mau gosto.
“Está vago, consta apenas que os relatórios, após enviados para a empresa telefônica para identificação da linha, serão encaminhados para o órgão competente da Prefeitura. Mas não diz qual é esse órgão. Também não consta se isso será definido por decreto para regulamentar a lei”.
A lei foi proposta pela antigo presidente do Legislativo, Herval Rosa Seabra (PSB) e pode ser modificada pelos atuais membros do Legislativo local.
De acordo com o chefe da Fiscalização e Posturas, da forma que está, a legislação não tem condições “de ter eficácia”.
A lei determina também que os telefones públicos que forem utilizados para trote devem ser anotados para levantamento de incidência geográfica. Esses dados devem ser passados para a Polícia Militar para ronda nos principais pontos.
Samu
Em entrevista ao Marília Notícia, a supervisora de enfermagem do Samu, Cristina Ramos da Silva, disse que todos os dias, em média, são de duas a três ligações com trotes. Quase sempre feitas por crianças em horário de saída escolar. Ela confirma que a lei ainda não chegou a ser utilizada.
“Nossos atendentes percebem que são trotes e orientam sobre o problema. Normalmente as ambulâncias nem chegar a dar saída, mas o problema é que a linha fica ocupada durante esse tempo. Se alguém precisar falar com urgência, não vai conseguir”, alerta.
Cristina diz ainda que existe muita dificuldade na identificação dessas chamadas, que normalmente são feitas de orelhões. “Mesmo que a gente acione a PM, fica difícil saber que ligou”.
Ela afirma que é preciso conscientizar população e crianças sobre os prejuízos que os trotes ao serviço podem causar. “Os pais precisam conversar com seus filhos”.