Saiba o que fazer em caso de suspeita do coronavírus em Marília
Marília tem hospitais, unidades de Pronto Atendimento, rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e rede particular preparadas para receber pacientes com sintomas do novo coronavírus (Covid-19).
A afirmação é da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, que garantiu estar acompanhando o plano de ação das instituições locais, para eventual surto da doença na cidade. A região tem dois casos suspeitos sob monitoramento – Assis e Ourinhos.
Dados oficiais do órgão apontam que não foi aberto nenhum protocolo de suspeita da doença na cidade, diferente de Garça (35 quilômetros de distância de Marília), que já investigou e descartou dois casos de Covid-19.
Onde buscar ajuda
A enfermeira especialista Alessandra Arrigoni Mosquini, supervisora da Vigilância Epidemiológica na cidade, afirma que a população que tiver necessidade de atendimento pelo SUS contará com duas “portas de entrada”.
“As pessoas com sintomas brandos podem ser atendidas na unidade de saúde mais perto de sua casa. Já quem tiver uma condição de saúde mais severa, será acolhido em duas referências, a Unidade de Pronto Atendimento da zona Norte e o Pronto Atendimento da zona Sul”, explica.
Quando houver necessidade de internações pelo SUS, as instituições que receberão pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19 serão o Hospital das Clínicas e também o Hospital Beneficente Unimar (HBU).
“Um grande teste para nós foi o surto de sarampo do ano passado. Só para as pessoas terem noção, a transmissibilidade do sarampo é muito maior, de um paciente positivo para 17 pessoas. Já o Covid-19 é de um para dois”, disse.
A enfermeira diz que não existe teste rápido para o novo coronavírus. Somente o exame da Proteína C Reativa (PCR), feito no laboratório Adolfo Lutz, estão sendo considerados válidos para confirmação no Estado de São Paulo.
Rede privada
O protocolo do Ministério da Saúde, que segue diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde) tornou obrigatório que hospitais, clínicas e unidades de Pronto Atendimento também da rede privada notifiquem casos suspeitos do novo vírus.
A supervisora da Vigilância afirma que o procedimento é o mesmo do SUS. “Se o paciente estiver com sintomas brandos, vai ser liberado para se recuperar em casa. Se for uma situação com agravo, ele poderá ser internado”, afirma.
Pânico desnecessário
Por dia, a Secretaria Municipal da Saúde tem atendido dezenas de pessoas – de orientações telefônicas a atendimento em unidades de saúde – para tirar dúvidas sobre o coronavírus.
A enfermeira afirma que ainda está sendo investigada, no Brasil, a chamada transmissão comunitária, que não depende de vínculo epidemiológico com pessoa que esteve em países em surto ou em contato com paciente que se contaminou fora do país.
“Ainda é uma suspeita que essa circulação possa ter começado em São Paulo. Mas, pelo que sabemos, as pessoas positivas tiveram vínculo epidemiológico”, explica.
Ela afirma que a chance de haver uma pessoa com Covid-19 em Marília, que não teve contato nenhum com pessoas que estiveram no exterior, é praticamente nula.
“Algumas pessoas com quadro gripal estão entrando em pânico, desnecessariamente. Isso é um problema, porque há muita desinformação”, disse Arrigoni.
Precauções
Embora Marília não tenha um aeroporto internacional, a cidade tem muitas pessoas que viajam com frequência e para destinos diversos, incluindo o exterior. Por isso, segundo a enfermeira, a “etiqueta de higiene” é fundamental.
“É importante higienizar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel sempre que possível, evitar o compartilhamento de objetos e, ao tossir ou espirar, utilizar o antebraço para conter gotículas,” ensina.
Casos suspeitos
Apenas duas cidades da região de Marília estão monitorando casos suspeitos de coronavírus. Outras já descartaram as suspeitas e ainda não há nenhum caso confirmado.
Assis
A Secretária de Saúde de Assis (distante 75 quilômetros de Marília) monitora um jovem, que não teve a idade divulgada, e voltou da França chegando em São Paulo no dia 7 de março.
O paciente apresentou sintomas leves e procurou um pronto atendimento da rede particular do município. Ele passou por exames que foram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz. O resultado ainda não saiu.
Ourinhos
A Prefeitura de Ourinhos (distante 95 quilômetros de Marília) monitora uma criança de um ano e cinco meses com suspeita de coronavírus, que foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na última quinta-feira (5).
A criança foi liberada após avaliação médica. Ela chegou da Inglaterra, onde já havia sido submetida a um exame de sangue, onde foi descartada a possibilidade de se tratar de um caso de coronavírus.
Apesar disso, seguindo protocolo do Ministério da Saúde, foi encaminhado material para exame laboratorial da paciente e de duas irmãs.
A equipe de saúde recomendou que as três crianças fiquem em casa até que a suspeita seja descartada definitivamente.
Lins
A Prefeitura de Lins (distante 73 quilômetros de Marília) realizou uma coletiva na manhã desta quinta-feira (12) e comunicou que não há caso suspeito de coronavírus na cidade.
A informação circulou pelo município nesta quarta-feira (11) e a Secretária da Saúde esclareceu que há uma paciente internada na Santa Casa com sintomas respiratórios, porém ela não atende o protocolo do Ministério da Saúde para caso suspeito.
Bauru
A Secretaria da Saúde de Bauru (distante 110 quilômetros de Marília) descartou nesta quarta-feira (11) os três casos suspeitos que estavam sendo monitorados.