Rumo inicia limpeza de ferrovia para futura reativação do ramal em Marília
Abandonados há 15 anos por diferentes concessões ferroviárias, os trilhos que atravessam Marília estão na linha da ordem de serviço de limpeza que partiu da diretoria da Rumo Logística, atual gestora da ferrovia.
A melhoria atende às novas obrigações de investimento e de reequilíbrio econômico-financeiro pactuados pela companhia de logística e o Tribunal de Contas da União (TCU), a fim de viabilizar a concessão renovada da Malha Paulista até 2058.
A limpeza é apenas a primeira etapa para reativação do ramal Bauru-Panorama. Os trabalhos já foram iniciados entre Bauru e Garça e devem avançar até Marília e demais cidades ao sentido oeste do trecho nos próximos meses.
“O prazo final para conclusão está previsto para 2028, com retorno das atividades ferroviárias, conforme contrato estabelecido com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, informou a Rumo, em nota.
Após a limpeza, a próxima etapa de recuperação da infraestrutura da via férrea, o que inclui a correção de erosões e ajuste de cortes e aterros e, por fim, a substituição de dormentes, trilhos e lastro de brita.
GARGALOS
Em Marília, a finalização de todas as etapas de recuperação pela ferrovia passa pela desocupação de áreas de domínio da ferrovia por moradores nos distritos de Lácio e Padre Nóbrega e de camelôs na antiga estação ferroviária.
A demanda tramita atualmente na Justiça Estadual após trafegar por cinco anos na Justiça Federal, sem solução. Enquanto isso, o camelódromo que se alastrou pelo antigo pátio ferroviário funciona normalmente.
HISTÓRIA
Por aquele mesmo desvio na passagem férrea submersa no asfalto da rua Nove de Julho passou o último trem, em janeiro de 2009, com centenas de toneladas de açúcar carregadas em Tupã, em direção ao porto de Santos.
À época, a ferrovia já estava concedida à Ferroban, sucessora da Ferrovias Paulista S/A (Fepasa). A empresa seria sucedida pela América Latina Logística (ALL) que, em 2015, foi incorporada pela Rumo Logística.
A Ferroban ainda manteve o transporte de passageiros, por obrigação contratual, até extingui-lo em seus trechos por todo o interior paulista. Em Marília, o último trem apitou na antiga estação em 15 de março de 2001, rumo a Campinas, para nunca mais voltar.
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