‘Roteiro das Árvores’ conta a história de Marília
Mais que sobreviventes, as árvores de Marília são testemunhas de transformações urbanas e sociais. Algumas delas são nativas, que resistiram à ocupação de mais de 90 anos.
Outras foram introduzidas há décadas por pessoas que não tiveram pressa em desfrutar suas sombras, mas pensaram nas futuras gerações.
Somente nos últimos 20 anos, a cidade teve 64 árvores declaradas – por decreto municipal – imunes ao corte.
A proteção efetiva, porém, não depende de um papel e uma ordem numerada do Poder Executivo. A proteção do verde começa pela valorização.
Por isso, é importante conhecer as riquezas que tornam a cidade mais agradável. O Marília Notícia convida para uma viagem, com muitas paradas para contemplação, à sobra das frondosas árvores da cidade.
Seringueira + Ficus – Praça Saturnino de Brito
Está longe de ser a mais antiga, mas é uma das mais famosa delas. Aliás, são duas árvores, compartilhando o mesmo espaço. A seringueira prevalece, mas entranhada nela vive um Ficus geminado.
A importância desse conjunto arbóreo no roteiro das árvores de Marília talvez seja explicada pelo tamanho gigantesco. Desde 1997, a seringueira e sua agregada foram declaradas imunes ao corte em Marília.
Quem [morando em Marília] nunca sentiu o alívio de sua sobra em uma tarde quente ou contemplou sua decoração nas noites iluminadas de dezembro?
As árvores, na verdade, foram introduzidas há cerca de 60 anos.
Ipê roxo – Aeroporto de Marília
Quem chega ou parte do Aeroporto Estadual Frank Miloye Milenkovich, especialmente no final do inverno, se encanta com a exuberância do Ipê roxo, que derrama suas flores por toda a entrada do terminal de passageiros.
Desde 1999, a árvore é imune ao corte por decreto do Executivo. Depois do Ipê, uma série de outras árvores do entorno também tiveram o mesmo reconhecimento. Algumas ainda estão em fase anterior de desenvolvimento, com perspectivas de atingir e ultrapassar sua estatura.
Flamboyant – Praça em frente ao Interativo
Um pequeno espaço – mas que permite a nomenclatura de praça – é totalmente dominado por um antigo Flamboyant. A árvore nativa da ilha de Madagascar ganhou, por sua beleza, espaço em todo o mundo tropical.
Com a probabilidade de atingir até dez metros, as raízes são espaçosas. Ainda bem que a praça é praticamente toda para ela. Sorte de quem pode desfrutar de sua sombra e contemplar sua beleza, com as flores vermelhas que garantem um espetáculo sazonal. Atualmente, a árvore se encontra [drasticamente] podada.
Eucalipto – Rua José Alfredo de Almeida
No bairro Salgado Filho, até rua com nome de pioneiro teve que pedir licença à natureza. Problema nenhum, afinal de contas, narra a história do município que o Eucalipto foi plantado na década de 30 pelo próprio coronel Galdino de Almeida, pai de José Alfredo, que dá nome à rua.
Imune ao corte desde 1997, é comum o Eucalipto sofrer podas mais radicais para não impedir a circulação. Porém, já parte da paisagem, a árvore – que fez o homem pedir licença – segue exibindo sua beleza e indiferente ao crescimento da cidade.
Jacarandá Mimoso – Rua Coronel José Braz
Dura pouco o espetáculo da florada com coloração azulado-lilás, mas o suficiente para encantar marilienses e visitantes.
O Jacarandá Mimoso da rua Coronel José Braz, atrás da antiga biblioteca de Marília, exibe seus galhos tortos e abraça um trecho da praça.
É ponto de descanso e sombra para de quem caminha pelo Centro, nos dias quentes de Marília.
Paineira – Rua Maranhão
Desde 1993, a grande árvore localizada ao lado da entrada do estacionamento de um shopping, na rua Maranhão, é imune ao corte.
A paineira é descrita como um dos pontos de referência, na fase de urbanização de Marília. Era o marco final da rua Maranhão e início do Cascata.
Uma lenda, difundida entre os madeireiros e fazendeiros, dizia que a derrubada de árvore da espécie desencadeava azar. Sorte nossa e da paineira da Maranhão.
O professor, fotógrafo e entusiasta das “marilices”, Ivan Evangelista Júnior explica que a cidade tem um “Roteiro das Árvores” oficial. Para conhecer basta acessar algumas listas públicas, com as identificações e localizações das principais delas., disponíveis em banco de dados públicos, como a Câmara Municipal.
Decreto Guapuruvu – Cecap Aeroporto – 2000
Decreto 11 árvores – 2000 – locais diversos
Decreto Ipê Roxo ‘Gabriel Monteiro’ – 2000
Decreto 19 árvores – 2012 – locais diversos
E você, qual é a sua árvore favorita em Marília? Alguma história legal para contar? Interaja com o MN e com a cidade, pelas nossas redes sociais. Facebook.com/marilianoticia e @marilianoticia.