Retomada virá mais cedo, avalia MRV Engenharia
O presidente do conselho de administração da MRV Engenharia, Rubens Menin, disse acreditar que o mercado imobiliário mostrará uma retomada gradual no curto a médio prazo, sustentada pela demanda consistente por imóveis, pela continuidade do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e pela oferta de financiamentos, ainda que o setor precise de ajustes regulatórios.
“Os anos de 2015 e 2016 não foram bons. Mas sou mais otimista do que a média. A retomada vai vir mais cedo do que muitos imaginam”, disse o executivo, durante o Summit Imobiliário, organizado pelo grupo O Estado de S. Paulo em parceria com empresas e associações do setor da construção civil. Diante das boas perspectivas, ele disse considerar a possibilidade de o setor voltar a gerar empregos neste ano, ao contrário dos períodos anteriores.
Menin observou que o Brasil ainda conserva um crescimento demográfico significativo, o que implicará na necessidade de produção de 35 milhões de moradias ao longo dos próximos 20 anos para as famílias que continuam se formando. “Isso faz do Brasil o quarto maior mercado de habitação do mundo em termos de demanda”, ressaltou o empresário, explicando que o País só é superado por China, Índia e Estados Unidos.
O presidente do conselho da MRV – principal parceira do governo no MCMV – elogiou o programa habitacional. Neste ano, o Ministério das Cidades ampliou as metas de contratação em relação a 2016 e expandiu as faixas de renda e os valores dos imóveis enquadrados. Menin observou que o programa é superavitário nas faixas 2 e 3, e voltará a ter contratações na faixa 1 neste ano.
O empresário avaliou ainda que a produção de imóveis conta com boa disponibilidade de crédito, embora seja preciso diversificar as fontes de financiamento para se evitar escassez de recursos futuramente, quando o setor estiver novamente aquecido. “Acho que vai faltar funding na retomada”, estimou, citando as oscilações na oferta de recursos originados na poupança e no FGTS.
Já no campo jurídico, o empresário voltou a defender a regulamentação dos cancelamentos dos contratos de compra e venda de imóveis – os chamados distratos. As rescisões nos contratos de unidades negociadas na planta têm provocado muitas perdas de caixa pelas empresas, ponderou. “Se não conseguirmos uma boa regulamentação, o setor vai sofrer um pouco mais. O desafio de 2017 é regulamentar os distratos”.
Menin comentou que há um grupo de trabalho formado por representantes empresariais e membros do governo federal para discutir o assunto, mas ainda não houve acordo sobre as regras para os distratos. “Já fui mais otimista sobre uma solução mais rápida. Agora estou na retaguarda”, disse, sinalizando que o tema ainda pode demorar até encontrar um desfecho.