Resgate de todos os corpos em MG é pouco provável, diz organização
Fernanda de Oliveira Borges, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), considera pouco provável o resgate da maior parte dos corpos. Segundo ela, depois do consolo aos familiares, esse será o maior desafio do movimento.
“A grande briga, depois desse momento, será pelo direito das pessoas enterraram seus familiares”, diz.
Para Genival Costa de Sá, dono do bar do Aritana, no Córrego do Feijão, há pouca esperança. “Só um milagre de Deus. Tem uns 30 metros de barro por cima”, diz, com os olhos vermelhos, contando ao menos cinco conhecidos mortos. Ele deixou o bar fechado, sem luz e sem água.
“Hoje era dia de estar todo mundo aqui, tomando uma”, conta André José dos Santos, manobrista em outra mineradora, mostrando-se mais preocupado agora. “Trabalho há dez anos e acho que não tem perigo. Mas aqui também. A empresa fazia reunião e dizia que não tinha problema”, diz.
Segundo moradores da localidade, a barragem estava seca por cima Em alguns pontos era possível andar sobre a lama.
Um funcionário da manutenção da Vale que não quis se identificar contou que estava acima da Barragem e, com o barulho das máquinas, não percebeu o rompimento. Quando olhou para trás, estava tudo destruído. “Meu irmão e vários amigos estavam na parte de baixo. Foi muito rápido”, conta.