Remédios mostram resultados positivos para a cura do ebola
Os cientistas estão um passo mais perto de uma cura para o ebola após terem descoberto que dois de quatro medicamentos utilizados em um ensaio clínico aumentaram significativamente as taxas de sobrevivência, disse na segunda-feira, 12, a autoridade de saúde dos Estados Unidos, responsável pelo financiamento da pesquisa.
O estudo começou em novembro passado, na República Democrática do Congo (RDC), mas agora sua fase atual será interrompida e todos os futuros pacientes receberão os dois tratamentos que mostraram resultados positivos, disseram os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês), em um comunicado.
“Os resultados preliminares em 499 participantes no estudo indicaram que as pessoas que receberam REGN-EB3 ou mAb114 (dois dos quatro remédios) apresentaram maior probabilidade de sobrevivência em comparação aos participantes que receberam os outros dois”, indicou.
Os pacientes que estavam recebendo os dois medicamentos que estão sendo descontinuados, ZMapp e remdesivir, agora terão a opção de receber os tratamentos que demonstraram funcionamento efetivo.
Os NIH acrescentaram que a análise final dos dados será feita no fim de setembro ou início de outubro. Em seguida, os resultados completos serão enviados para publicação em literatura médica revisada por pares.
Tanto os pesquisadores americanos como as autoridades sanitárias do Congo e a Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiaram a “equipe extraordinária de pessoas que trabalharam em condições extremamente difíceis para realizar o estudo”, assim como os pacientes e suas famílias.
“É através deste tipo de pesquisa rigorosa e de rápida implementação que podemos identificar rápida e definitivamente os melhores tratamentos e incorporá-los à resposta ao surto de ebola”, disseram.
Mãe e filho sobrevivem ao Ebola
Entre os pacientes que conseguiram se curar através do uso dos medicamentos está Esperance Nabintu e seu filho, Ebenezer Fataki, de 1 ano.
“Agradeço ao Senhor. Meu filho e eu estávamos com ebola, mas nós dois nos curamos”, disse a paciente congolesa. “Meus irmãos, não devemos duvidar: o ebola existe.”
O marido de Esperance foi a segunda vítima do ebola que morreu na cidade de Goma. Desde então, não houve nenhum outro óbito na região em função do vírus.
Segundo o diretor do Instituto Nacional de Investigações Biomédicas do Congo, doutor Jean-Jacques Muyembe, o ebola é perigoso, mas é curável com o tratamento devido.
“O ebola mata rapidamente, mas o ebola se cura rapidamente”, disse Muyembe, em Goma. “Estes casos foram detectados muito rapidamente. O marido estava infectado, esteve em casa durante 10 dias, sua mulher e seu filhos foram contagiados pelo vírus.”
Muyembe explicou que as equipes médicas levaram Esperance e Ebenezer ao centro de tratamento assim que os casos de ebola foram identificados.
“Aplicamos um tratamento que é eficaz e, em pouco tempo, os dois estavam curados”, afirmou o médico.
Mais de 1.800 pessoas morreram no leste da RDC desde o início da epidemia de ebola, em agosto do ano passado.