Relógios conectados ajudam a prever surtos de gripe
Um estudo nos Estados Unidos afirma que dados de ritmo cardíaco e de sono recolhidos por dispositivos vestíveis como relógios inteligentes podem prever e alertar autoridades de saúde sobre surtos de gripe de maneira mais precisa que métodos atuais.
O estudo usou dados de mais de 47 mil usuários de relógios Fitbit em cinco Estados dos EUA. Os resultados foram publicados no periódico científico The Lancet Digital Health e mostram que com os dados do dispositivo, previsões sobre surtos de gripe podem ser melhoradas e aceleradas.
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 650 mil pessoas no mundo morrem de doenças respiratórias vinculadas a surtos de gripe por ano.
Métodos tradicionais levam até três semanas para detecção de novos surtos, o que significa que as respostas, como disponibilização de vacinas e campanhas de prevenção, frequentemente levam muito tempo para serem acionadas.
“A resposta mais rápida a surtos de influenza pode prevenir disseminação e infecção e estávamos curiosos para saber se os dados do sensor podem melhorar o acompanhamento em tempo real”, disse Jennifer Radin, que liderou o estudo no U.S. Scripps Research Translational Institute.
Estudos anteriores que usaram dados de múltiplas fontes, como Google Flu Trends e Twitter, tiveram sucesso variado, em parte porque é impossível separar o comportamento das pessoas com gripe das pessoas que buscam online sobre ela em momentos de campanhas de divulgação de alertas de prevenção, disseram os cientistas.
Rosalind Eggo, especialista em saúde pública da London School of Hygiene & Tropical Medicine, afirmou que a pesquisa indica que as pulseiras de acompanhamento físico são promissoras como uma ferramenta de acompanhamento de doenças.
Mas ela afirmou que mais trabalho é necessário “para se medir o quão confiável são estes dados ao longo do tempo, quão específicas são estas medições para gripe e quão representativos são os usuários do Fitbit entre toda a população”.