Regiane Mellos, do PSL, é nomeada no governo Daniel
A candidata a prefeita de Marília nas eleições de 2020, Regiane Mellos (PSL), vai assumir um cargo no governo Daniel Alonso (PSDB). Ela será Assessora Especial do Gabinete do Secretário Municipal de Direitos Humanos, Wilson Damasceno (PSDB).
Regiane, que é empresária no setor de Educação e Recursos Humanos, herdou a cabeça de chapa do então candidato Marcos Kohlmann, que desistiu do pleito durante a campanha.
Ela recebeu 1.179 votos e atribuiu o resultado ao pouco tempo que teve para divulgar a candidatura. O grupo a que pertence, porém, conseguiu eleger o agente federal Júnior Féfin (PSL) para a Câmara Municipal.
A nomeação de Regiane para um cargo comissionado – como principal assessora do ex-vereador Damasceno – pegou o mundo da política de surpresa.
Para assumir a função, Regiane Mellos não é impedida por ser empresária. Ela pode se manter como sócia quotista, mas não pode mais administrar a franquia da qual é dona. O salário bruto da ex-candidata no novo cargo, por uma jornada de 40 horas semanais, será de R$ 5.052,50.
Ao Marília Notícia, Regiane negou “troca de favores” e disse que “aceitou tomar um café com o prefeito”. O resultado da conversa teria sido a oportunidade para a aproximação.
“É uma prova da cara da nova política: onde não precisamos fazer campanhas de ataques, ou nos tornarmos inimigos por ideologias diferentes”, afirmou.
Sobre as outras atividades, acrescentou “A agência de empregos e a escola possuem gerentes e coordenadores capacitados para representarem a qualidade de trabalho que eu sempre me esforcei para entregar aos meus clientes. Meu foco será no trabalho da Secretaria de Direitos Humanos”, garantiu.
Titular da pasta, Damasceno limitou-se a dizer que “a pessoa mencionada tem qualificação para o cargo ao qual foi nomeada pela administração”.
Féfin, vereador do PSL, disse ao site que foi comunicado pela colega de partido, mas garantiu que a indicação não teve sua influência. “Não tem nada a ver comigo, nem com o partido, em termos de indicação. É uma relação pessoal (e não institucional), entre a Regiane e o Executivo”.
Ele salientou que foi comunicado previamente das tratativas pela própria empresária. “Ela é uma pessoa extremamente capacitada para a função. Na minha visão, o prefeito ganhou muito, tecnicamente, com ela. Deixei bem claro ao próprio (prefeito), que qualquer convite a ela, não mudaria em nada a minha condição de independência durante todo o mandato”, afirmou ao MN o vereador.
Repercussão
Dentro do partido a reação foi a mesma, mas nem todos estavam cientes da indicação. “Eu não sabia desse bastidor. Fiquei sabendo pela nomeação, mas posso garantir que o PSL não indicou e não pediu nenhum cargo ao Executivo”, garantiu ao site o policial militar da reserva Marcos Farto, que preside a legenda.
“Temos um trabalho a ser feito, pela cadeira que foi escolhida na eleição. O Féfin tem a liberdade de atuar como vereador, seguindo sempre os bons princípios, em conformidade com o partido. Não há acordo nenhum que mude essa realidade”, completou Farto.
O dirigente partidário lembrou que o vereador tem atuado, desde o primeiro dia, com postura de independência em relação ao Executivo.
Féfin foi um dos poucos a destoar da votação em bloco, durante eleição para escolha do presidente da Casa, fez duras críticas a reajuste de imposto municipal e foi autor de convocação do secretário da Saúde, para audiência com questionamentos sobre gastos na pandemia.
Mesmo que tenha negociado – ou aceito convite – sem consultar o PSL, o fato de ser nomeada na Prefeitura não impede Regiane de se manter no partido.
“Ela sabe que o ‘sim’ dela tem um peso. Mas desde que não fira os princípios éticos do partido e não haja nenhum acordo ilícito, não vejo impedimento algum. Mas a partir do momento que isso trouxer prejuízos, o partido se reúne e vai tomar decisões. Não é o Farto quem decide”, disse o dirigente.