Redução de crimes em Marília e região acompanha estratégias adotadas pelo Estado

O enfrentamento à criminalidade em São Paulo tem incorporado, nos últimos anos, um conjunto de estratégias baseadas em inteligência, tecnologia, inovação, planejamento e atuação integrada. Essa diretriz orienta as ações da Secretaria de Segurança Pública e sustenta políticas públicas voltadas à prevenção da violência, ao combate ao crime organizado e à proteção da população.
Os efeitos desse modelo são observados nos indicadores criminais do Estado. Duas frentes concentram parte significativa dessas ações. A primeira é o Muralha Paulista, iniciativa voltada ao controle da mobilidade criminal por meio do uso integrado de dados e tecnologia.
A segunda é o enfrentamento estruturado ao crime organizado, com foco na desarticulação das estruturas financeiras, logísticas e de comando das facções. As duas estratégias operam de forma complementar e compõem o atual modelo de atuação da segurança pública paulista.

Muralha Paulista: tecnologia aplicada à gestão da segurança
O Muralha Paulista é uma política pública desenvolvida pelo Governo do Estado de São Paulo para aplicação nos âmbitos estadual e municipal. O programa tem como objetivo promover uma gestão integrada da segurança pública, com foco em dificultar a ação criminosa durante deslocamentos, ampliando as possibilidades de abordagem policial e reduzindo a incidência de crimes.
O sistema conecta, em tempo real, câmeras de monitoramento e sensores de órgãos públicos, empresas privadas e cidadãos. Também integra bancos de dados de veículos e pessoas, indicadores estatísticos de criminalidade e informações georreferenciadas de regiões e bairros, permitindo uma leitura mais ampla do território monitorado.
A plataforma utiliza recursos de computação em nuvem e Inteligência Artificial para identificar padrões, antecipar comportamentos e subsidiar o direcionamento do policiamento, além de apoiar investigações. As decisões operacionais são tomadas com base em dados analisados por equipes técnicas, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Atualmente, o Muralha Paulista reúne mais de 45 mil câmeras interligadas, com monitoramento contínuo e cobertura superior a 60% da população do Estado de São Paulo. A adesão ao programa é gratuita e pode ser feita por prefeituras, empresas (CNPJ) e cidadãos (CPF) que possuam câmeras voltadas para ruas e vias públicas, mediante cadastro no site oficial da iniciativa.

Combate ao crime organizado: ações estruturadas e integradas
O combate ao crime organizado é apontado como uma das prioridades da Secretaria de Segurança Pública. As ações são orientadas por inteligência e análise de dados, com foco na identificação e desarticulação das estruturas econômicas, logísticas e hierárquicas das organizações criminosas.
De acordo com dados do governo estadual, as operações resultaram na apreensão de 640 toneladas de drogas, com prejuízo estimado em cerca de R$ 3 bilhões às facções criminosas. Para sustentar esse modelo de atuação, o Estado destinou R$ 1,5 bilhão em investimentos específicos no enfrentamento ao crime organizado e contabiliza mais de 550 mil prisões.
Um dos instrumentos utilizados é o Recupera-SP, regulamentado pelo Decreto nº 68.926/2024, que permite a destinação de recursos apreendidos em operações de lavagem de dinheiro ao Fundo Estadual de Segurança Pública. Até o início de dezembro, cerca de R$ 70 milhões foram apreendidos e reinvestidos no próprio sistema de segurança.
As ações contam com atuação integrada ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Operações conjuntas, como a Salus et Dignitas, voltada à logística criminosa na região central da capital, e a Carbono Oculto, contra esquemas de adulteração de combustíveis ligados ao crime organizado, fazem parte desse conjunto de medidas.

Dados de Marília refletem o cenário estadual
Os impactos dessas estratégias também são observados em municípios do interior paulista. Em Marília, os indicadores criminais apontam redução em alguns tipos de ocorrência e aumento da produtividade policial, conforme dados oficiais.
Entre janeiro e outubro de 2025, o número de furtos em geral caiu 5,38%, passando de 2.325 registros em 2024 para 2.200 em 2025. Os furtos de veículos apresentaram redução de 25,83%, com queda de 120 para 89 ocorrências no mesmo período.
No recorte da atuação policial, as prisões em flagrante aumentaram de 611 para 884 casos, um crescimento de 44,68%. O total de prisões passou de 1.683 para 1.707 registros. Já os crimes de tráfico de drogas tiveram redução de 6,52%, com queda de 276 para 258 ocorrências.
Indicadores apontam mudanças no modelo de atuação
Os dados estaduais e municipais indicam uma mudança no modelo de atuação da segurança pública em São Paulo, com maior uso de inteligência, tecnologia e integração entre órgãos. As informações sugerem impacto direto nos índices criminais e na produtividade das forças de segurança.
As políticas em curso, como o Muralha Paulista e as ações de enfrentamento ao crime organizado, seguem em execução em diferentes regiões do Estado, com foco na prevenção da violência, repressão qualificada e aplicação da lei.