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sex. 08 dez. 2023
COLUNA

Redimir os pecados de Marília

Marcos Boldrin fala sobre a pujança de Marília e lembra os tempos áureos, na expectativa da retomada ao protagonismo.
por Marcos Boldrin
Estreia do filme ‘Um Novo Lar’ (Foto: Divulgação)

Num reino tão tão distante, cresci: transparentes como são transparentes as terras civilizadas, as ruas centrais da cidade, planas ou íngremes deixavam ver os poderosos paralelepípedos, hoje ocultos sob a fina e frágil manta asfáltica. A imagem virou tema nacional de tão potente: Marília foi retratada como ‘Hacrera’, aglomerado urbano em rápido crescimento no velho oeste paulista, onde se desenvolve o romance “A Ladeira Da Memória”, lançado em 1950 e escrito por José Geraldo Vieira, renomado escritor da época e dos mais prestigiados tradutores brasileiros.

Está tudo lá, descrito pra todo Brasil ver e se apaixonar: a rua São Luís e proximidades, com seu comércio pulsante; a Vila São Miguel, berço da nossa vocação industrial, pilar de nossa economia; a vibração e a nascente pujança financeira das agências bancárias da avenida Sampaio Vidal, elegantemente adornada pelo imponente hotel São Bento e pelo acolhedor Cine Marília – nosso “Cinema Paradiso” -, famoso por centralizar os Festivais Nacionais de Cinema dos anos 1960, onde foram entregues as estatuetas do prêmio “Curumim” – pai do atual “Kikito” gaúcho – a cineastas históricos tais a Hector Babenco, Nelson Pereira dos Santos, Sérgio Ricardo, Arnaldo Jabor, Tizuka Yamasaki, Hugo Carvana e Joaquim Pedro de Andrade.

O avesso de hoje: de lá pra cá, crescemos e nos transformamos. Transformar é ótimo quando fortalece músculos e espíritos.

No entanto, a realidade atual da vida pública local crava suas presas amargas no próprio estômago: a cidade menina, musa da alta paulista, flerta perigosamente com influências corruptoras a lhe seduzirem à profissão de andarilha das sombras. Intelectualmente está mal alimentada e se encontra aprisionada a correntes em esquinas esquecidas na periferia do mundo.

Tentam apagar a luz do encanto.

Mas, surge uma outra luz: recentemente e de volta à cidade após prolongado sabático, recebi o convite para participar da estreia de “Um Novo Lar”, delicado filme construído por dedicada equipe mariliense, exibido na última quinta-feira (30), em uma imensa sala de cinema repleta de gente interessada por mudanças positivas.

Prestígio cirúrgico, como convém a eventos de sucesso desprovidos de impactos políticos: vereadores locais Élio Ajeka e Danilo da Saúde, além do prefeito e do secretário de Turismo de Pedrinhas Paulista, respectivamente, Freddie Costa Nicolau e Tiago Ricardo – localidade onde se ambienta a narrativa. Muitos empresários independentes.

O Núcleo Audiovisual (NAV) de Marília e região é que teve a iniciativa do curta-metragem. Ilha de excelência mantida por gente abnegada, restauradora da importância da cidade e combatente em reposicioná-la no lugar devido da história. Como? Cumprindo suas missões: democratizar a sétima arte a todos e tornar Marília um polo cinematográfico.

Semente viçosa se em terras certas: potencial industrial. Agora, cinematográfico.

Somadas, as forças vivas da sociedade podem apoiar treinamentos e educação, investindo em programas específicos e qualificando talentos; patrocinar eventos e festivais, de forma a ampliar a visibilidade e a atrair produtores e entusiastas da sétima arte, semeando redes de oportunidades colaborativas e de parcerias; criar ecossistema completo industrial, incluindo e promovendo o turismo cinematográfico como parte da agenda estratégica municipal, além de captar visitantes interessados no tema e locadores de filmes; estimular a produção de filmes por talentos locais; agilizar permissões de filmagens no município, atividade burocrática e complexa em outros locais e nicho a ser desenvolvido para atrair mais e mais produções.

O Núcleo Audiovisual (NAV) mostrou a que veio e do que é feito: de gente cumpridora do seu papel, em nada obrigada a transformar a cidade, mas compromissada a transfigurá-la pela criação artística. Com apoio, tudo muda.

A arte, ao lado da religião, purga-nos dos pecados e abre a perspectiva de um novo alvorecer. A sétima arte, manifesta em luz e tela, é memória e a memória é o canto eterno da saudade, das coisas boas vividas e do que deve ser restaurado, readaptado e implantado sob novos paradigmas, inclusive incorporando novas tecnologias como o irreversível emprego da inteligência artificial.

Talvez novos ventos soprem e rocem abençoadamente a face de Marília. O purgatório pode existir e estar bem aqui, entre nós.

Hora de começarmos a redimir os pecados de nossa cidade.

Sucesso. Sempre.

. . .

Marcos Boldrin é ex-secretário do Meio Ambiente, ex-secretário da Administração, urbanista, palestrante e coronel da reserva.

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