Recuperação ambiental pode levar até 100 anos em Pompeia
A mata nativa das fazendas Guaiuvira e Água do Cedro, localizadas em Pompeia, pode enfrentar uma recuperação lenta e desafiadora de até um século, após as queimadas que atingiram o município no final de agosto.
Segundo Mário Bastos, gestor da Guaiuvira, a recuperação completa da mata pode levar até 100 anos, já que o ecossistema local foi gravemente afetado. Ele destaca que será necessário um esforço conjunto para acelerar o processo de restauração e minimizar os danos o mais rápido possível.
“Estamos empenhados em utilizar todas as tecnologias disponíveis para acelerar esse processo. A união da comunidade, que foi essencial no combate ao incêndio, também será a base para a recuperação dessa área vital para todos nós”, afirmou Bastos.
O fogo consumiu quase 1.500 hectares de mata nativa, além de 260 hectares de pastagens e cercas. Essa área, uma transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, abriga uma rica biodiversidade e desempenha papel crucial na preservação de nascentes, regulação climática e absorção de carbono. A destruição desse patrimônio ambiental representa um duro golpe para a fauna e a flora locais.
As fazendas atingidas mantinham projetos de preservação ambiental, incluindo viveiros de mudas e proteção de nascentes, além de apiários. Após o incêndio, o foco voltou-se para a restauração da área e o cuidado com os animais silvestres sobreviventes. Grupos de voluntários estão organizados para levar água e alimentos à fauna local, enquanto especialistas avaliam o impacto ambiental a longo prazo.
INCÊNDIO
No final de agosto, um incêndio de grandes proporções atingiu Pompeia drasticamente. O primeiro foco foi identificado no dia 22 de agosto, na área industrial de Paulópolis. Ventos fortes e a seca prolongada fizeram com que as chamas se alastrassem rapidamente, atingindo diversas propriedades rurais vizinhas. Em poucos dias, o fogo ameaçou inclusive a área urbana de Pompeia, especialmente o Distrito Industrial.
Foram quase duas semanas de combate intenso, entre trabalho de combate e rescaldo. Brigadistas, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e voluntários enfrentaram o fogo sem descanso, enquanto aeronaves auxiliavam na contenção das chamas.
Nos dias 4, 5 e 6 de setembro, a situação se tornou crítica, com o fogo chegando aos limites do Distrito Industrial, forçando as autoridades a remover cercas e derrubar árvores para ampliar aceiros e proteger a cidade. Mais de 100 pessoas, entre voluntários, produtores rurais e brigadistas, participaram do combate.