Reclamações e irregularidades colocam Turismar na mira da Artesp
Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) questionou a empresa Turismar Turismo, responsável por linhas intermunicipais na região de Marília, sobre diversos problemas identificados no serviço prestado.
Superlotação, atrasos e mudanças em horários de viagem e frota velha são algumas das irregularidades confirmadas com exclusividade ao Marília Notícia pela Artesp. Usuários também reclamam da limpeza dos ônibus e outras situações.
A Turismar opera, por meio de concessão do Estado, linhas que ligam Marília até Garça, Vera Cruz, Lins, Ourinhos e Paraguaçu Paulista. Juntos, esses municípios somam mais de 520 mil habitantes.
Estudantes, trabalhadores e consumidores em lojas no comércio das cidades maiores são alguns dos milhares de clientes das linhas oferecidas.
No dia 2 de maio acaba o prazo dado pela Artesp para que sejam apresentadas soluções para renovação dos veículos.
A frota da empresa, diz a agência, “hoje se encontra com 60% dos veículos acima de dez anos de fabricação”. O limite máximo é de 20%.
Não foram informadas as sanções que a empresa pode sofrer caso não atenda às determinações. O que se sabe é que já foram aplicadas diversas multas.
“Em 2018 e 2019 a Turismar foi autuada em 30 ocasiões devido a problemas com horários de viagens e transporte de passageiros além da lotação permitida, sendo que no ano passado um veículo foi excluído por problemas de segurança”, confirmou a Artesp.
“A empresa foi notificada também para que regularize seus relatórios de operação junto a esta agência, a fim de permitir uma melhora na eficiência da fiscalização”, diz nota da agência.
Passageiros
A reportagem do MN conversou com alguns usuários diários das linhas oferecidas pela Turismar.
As queixas são unanimidade e já chegaram até mesmo nas Câmaras de Marília, Vera Cruz e Ourinhos. Vereadores têm apresentado requerimentos questionando a Artesp sobre a qualidade dos serviços prestados pela empresa.
Vídeos e fotos fornecidos por passageiros ao MN mostram os veículos lotados.
Paulo Manflin, um passageiro frequente, confirmou com a ouvidoria da agência reguladora que em ao menos um caso o ônibus “apresenta informação divergente da capacidade de passageiros em pé registrada”.
A lotação máxima deveria ser de 24 pessoas em pé, e não 40. Adesivos com a informação incorreta foram colocados dentro do ônibus e a empresa recebeu uma advertência (veja o vídeo acima).
“Não queremos prejudicar ninguém, apenas exigimos um serviço de qualidade”, afirma Manflin. Ele também se queixa de poltronas quebradas e veículos molhados na parte interior nos dias de chuva.
Juliana Benevides Branco usa os ônibus da Turismar há sete anos e diz que nos horários de pico se sente em “uma lata de sardinha”. Ela também reclama de alterações em horários sem a devida informação e quebras constantes dos veículos.
Outro lado
Em contato telefônico com a reportagem o diretor da Turismar, José Antônio Colombo, se limitou a negar todas as irregularidades questionadas. Não foi emitida nenhuma nota pela empresa.